Resenha de: “Nas fronteiras da intolerância: Einstein, Hitler, a Bomba e o FBI.”

Resenha de: “Nas fronteiras da intolerância: Einstein, Hitler, a Bomba e o FBI.”

Autor: Ronaldo Rogério de Freitas Mourão

Ano da edição: 2007

Gênero: História e Geografia

Resenha:

   Durante toda a sua vida Einstein foi um pacifista e intolerante a qualquer tipo de racismo, portanto antes que Hitler e os nazistas assumissem o poder na Alemanha em 1933, este viu-se obrigado a se exilar do país.

   Este livro é divido em três partes e estas em vários tópicos que vão desde a perseguição que Einstein sofreu na Alemanha e nos Estados Unidos e seu envolvimento com o Projeto Manhattan até as consequências que o lançamento de duas bombas atômicas sobre o Japão causaram na guerra e no mundo.

   Ele inicia mostrando como as ciências, principalmente a física teórica, foram drasticamente afetadas com a ascensão do nazismo. O país que antes era considerado o maior centro da Física, agora via quase todos os teóricos “abandonarem” suas cadeiras nas universidades pois, coincidentemente, a grande maioria dos físicos teóricos eram judeus.

   Um deles foi Albert Einstein. Este foi perseguido na Alemanha enquanto o antissemitismo estava nascendo e crescendo entre a população e depois foi perseguido também nos Estados Unidos. Logo no que chegou ao país, em 1932, uma associação denominada Woman Patriot Corporation enviou uma carta ao Departamento de Estado dizendo que a entrada de Einstein não deveria ser permitida pois, de acordo com o grupo, o posicionamento dele contra a guerra e sua visão internacionalista seria o mesmo que à “aberta identificação com o comunismo e com as organizações e grupos anarco-comunistas”. Sua entrada foi autorizada, no entanto o FBI monitorava todos os seus passos.

   Outro judeu que fugindo da Alemanha se instalou nos Estados Unidos foi o físico húngaro Leo Szilard. Hoje reconhecido como o verdadeiro pai da bomba atômica, foi ele quem descobriu a reação em cadeia e, em 1939, concluiu que o urânio seria o elemento capaz de manter este tipo de reação. Foi também Szilard quem convenceu Einstein da necessidade dos Estados Unidos criar armas nucleares antes dos nazistas para evitar que algo pior acontecesse. Sendo assim, em 11 de outubro de 1939, uma carta assinada por Einstein é entregada ao presidente Roosevelt solicitando urgentemente a criação de um programa de armas nucleares. Neste momento nasce o Projeto Manhattan.

   A execução do Projeto durou dois anos até sua conclusão e contou com grandes nomes da física, como Niels Bohr, Enrico Fermi e Robert Oppenheimer. Einstein não foi autorizado pelo chefe do FBI J. Edgar Hoover, a participar, pois este o considerava um perigo à segurança nacional, já que com sua grande influência poderia fazer com que os outros cientistas se voltassem contra o programa. Durante esses dois anos, duas bombas atômicas foram produzidas, uma de Urânio 235 (chamada Little boy) e outra de Plutônio (chamada Fat man). A primeira foi lançada sobre Hiroshima às oito horas e quinze minutos do dia 6 de agosto de 1945, provocando a morte de mais de 100 mil civis e, embora o número de sobreviventes tenha sido superior a 300 mil, estes apresentaram mais tarde os efeitos decorrentes de doenças causadas pela exposição à radiação. Três dias depois às onze horas e dois minutos a segunda bomba foi lançada sobre Nagasaki, a explosão de oito quilos de Plutônio equivaleu a 22 mil toneladas de explosivos e provocou a morte de 70 mil civis.

   Leo Szilard decepcionou-se com o fim que suas pesquisas tiveram então, depois de 1945, decidiu dedicar-se à biologia molecular e passou os últimos anos de sua vida como membro do Salk Institute em San Diego e à Albert Einstein restou o sentimento de culpa. Quatro meses depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em um jantar comemorativo da entrega do prêmio Nobel, ele afirmou:

   “Aos povos do mundo foi prometido libertá-los do medo, mas […] o medo entre as nações tem aumentado enormemente desde o fim da guerra. Ao mundo foi prometido liberá-lo da miséria; mas, enquanto uma vasta área do mundo enfrenta a fome, outros vivem na opulência. Às nações do mundo foram prometidas as liberdades e as justiças; mas até agora nós só temos testemunhado o espetáculo desolador dos exércitos […] abrindo fogo contra os povos que lutam por independência política e igualdade social[…]. A guerra foi ganha, mas não a paz.”

Autora da resenha: Bárbara de Almeida S.

Imagem retirada de: https://www.saraiva.com.br/nas-fronteiras-da-intolerancia-einstein-hitler-a-bomba-e-o-fbi-2062489/p

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