Resenha: The Ghost In The Shell

Resenha: The Ghost In The Shell

Autor: Masamune Shirow.

Ano de publicação: 2016.

    Considerado um dos mangás mais influentes da história, “The Ghost In The Shell”, trata de um futuro onde o avanço tecnológico proporcionou à humanidade um modo desta utilizar a tecnologia a seu favor, com implantes de peças robóticas e até mesmo a transferência da “alma” para um corpo cibernético.  Em tradução livre, “The Ghost In The Shell” significa “O Fantasma na Concha” e remete a uma filosofia sobre por quanto tempo uma pessoa conseguiria permanecer humana após trocar partes de seu corpo humano por cibernéticas, afim de buscar a longevidade.

    Masamune Shirow criou um universo cyberpunk fantástico que ao mesmo tempo que fascina também pode amedrontar os mais visionários com relação a um futuro onde a tecnologia é predominante na vida da humanidade. Em especial, o mangá, escrito em 1989, mas publicado apenas em 2016 pela editora JBC, acompanha a história da Major Motoko Kusanagi, uma ciborgue com consciência humana (é aí que entra a questão do fantasma) que se encontra no ano de 2029 integrando uma equipe, chamada de Seção 9, que monitora e combate cyber ataques na região de Tóquio. Dentre vários casos de hackers invadindo corpos cibernéticos, temos como principal foco um dos vilões mais icônicos do universo dos mangás chamado de “Mestre dos Fantoches”, uma inteligência artificial que causa sérios danos ao cometer vários crimes cibernéticos em busca de um mundo distópico aos seus moldes. O mangá fez tanto sucesso que gerou um anime que acompanha a Seção 9, com vários filmes do mesmo gênero, ganhando também uma adaptação em live action no ano de 2017.

    Ao longo da leitura, temos notas de rodapé que podem ajudar na interpretação do contexto em que o mangá foi escrito. Masamune deixa uma questão no ar sobre como seria um futuro onde a humanidade dependesse de máquinas para viver, explorando o conceito da “vida” propriamente dito, de uma forma estonteante. Qual seria a fronteira de separação entre o homem e a máquina? Esta é a pergunta que “The Ghost In The Shell” tenta responder ao longo de suas páginas. Os desenhos de Masamune são esteticamente únicos, passando uma imagem profundamente filosófica que transcende vários aspectos que podem passar despercebidos pelo leitor. Vários fatores tornam a obra deste autor única e influenciável para várias ficções científicas que a sucederam, fazendo com que as pessoas parassem por um momento e questionassem o fato de como seria um mundo em que a tecnologia fosse predominante em suas vidas. 

Autor da resenha: Sanderson Carlos Ribeiro.

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