Resenha de “A Arte de Escrever”

Resenha de “A Arte de Escrever”

Autor: Arthur Schopenhauer.

Ano de Publicação: 2005.

Resenha

“A Arte de Escrever” é um livro escrito por Arthur Schopenhauer (1788-1860), filósofo alemão, do qual trata sobre a literatura através de cinco ensaios retirados de sua outra obra chamada Parerga e Paralipomena. Sendo eles: Sobre a erudição e eruditos; pensar por si mesmo; sobre a escrita e o estilo; sobre a leitura e os livros; sobre a linguagem e as palavras.

A primeiro momento quando Schopenhauer escreve sobre a erudição, acaba criticando os falsos eruditos, estes, que leem muito e tentam buscar conhecimento somente através de livros e esquecem de ter o conhecimento pelo mundo. Segundo ele estariam deixando de pensar por si mesmos e se influenciando a partir da ideia de outros pensadores. Em um desses momentos, o autor cita: “Ah, essa pessoa deve ter pensado muito pouco para ter lido tanto” (pág. 10).

Por seguinte quando fala sobre pensar por si mesmo, comenta sobre a importância da organização dos pensamentos, o quanto isso é fundamental, seria mais valioso um conhecimento limitado, porém com boa organização para uma assimilação rápida e melhor do que uma mente com grandes conhecimentos, mas que seja difícil discernir para diversas situações. Quando o autor fala que: “é necessário você ter o conhecimento para pensar profundamente sobre algo, mas que só se tem o conhecimento quando se pensa profundamente sobre isso” (pág. 19) podemos ver que ele entende que a busca através da leitura, por exemplo, é essencial, mas que a importância do pensamento próprio é muito maior.

Em sobre a escrita e o estilo, Schopenhauer, trata a distinção entre dois tipos de escritores e os seus textos: os que escrevem por dinheiro e os que escrevem em função do assunto. No primeiro caso despreza totalmente o trabalho realizado por quem escreve em função de receber recompensas em troca de seus textos, pois eles na maioria das vezes são escritos por que são pedidos, seu conteúdo nunca é sincero e sempre com pensamentos forçados. Para autores que escrevem em função do assunto, os ressalta, dizendo que suas obras deveriam ser as únicas a serem produzidas pois escrevem sem o objetivo do lucro, com pensamentos fortes e simples e que se é possível enxergar a verdade em seus textos.

Quando o autor fala sobre a leitura e os livros ele volta a tratar a importância do pensamento próprio e que a leitura excessiva não agrega em nada, apenas prejudica. Reforça a boa escolha dos livros para a leitura, que seriam os que são escritos por pessoas que vivem para a ciência ou literatura e não aqueles em que o escritor vive delas, pois nosso tempo é limitado para ser desperdiçado. E também enfatiza o fato em que quando lemos deixamos que outra pessoa pense por nós e isso a princípio pode parecer um alívio, porém nos tira cada vez mais a capacidade do pensamento e da crítica.

Por último Schopenhauer enfatiza a importância do aprendizado de várias línguas. O autor cita uma frase de Carlos V: “ quantas línguas alguém fala, tantas vezes ele é um homem” (pag. 69) e explica tal frase mostrando que quanto mais idiomas um homem fala maior será a sua capacidade de pensamento. Descrimina também, de certa forma, a tradução de textos pois estas nem sempre conseguem trazer o que realmente o autor queria dizer com eles ou o verdadeiro significado de cada palavra e frase.

Autor da Resenha: Matheus Meoquior da Fonseca.

1 comentário

  • Excelente resenha, Matheus, bem simples e direito.

    Jonatas Cesar Arend Responder

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