Resenha: Física Atômica e Conhecimento Humano

Resenha: Física Atômica e Conhecimento Humano


 

Autor: Niels Henrik David Bohr.       Tradução: Vera Ribeiro.

Ano de Publicação: 2007.

Gênero: Divulgação Científica.

   Niels Bohr foi um grande físico que contribuiu, de maneira significativa, para a formação dos alicerces da mecânica quântica, área que causou grande impacto em todo o conhecimento. Nesta obra, Bohr aborda certos conceitos filosóficos da Física e, por consequência, da ciência.

   Neste livro, são reunidas algumas das palestras e ensaios de Bohr. Estes que, muitas vezes, discorrem sobre o processo histórico que permitiu o surgimento da mecânica quântica e as implicações filosóficas que ela traz para outras ciências, como para a Química e a Biologia. Um exemplo disso é a palestra “Luz e Vida”, na qual Bohr traz uma discussão acerca da natureza da luz, elucidando a diferença do pensamento da “física clássica” e da “física atômica” e, a partir disso, faz uma analogia entre o quantum de energia e o estudo dos seres vivos, na qual é demarcada a limitação do conhecimento, por parte do “observador”, sobre o objeto de estudo.

   O livro também contempla uma homenagem, feita por Bohr, ao físico Albert Einstein, na qual são mencionados alguns de seus “debates”. Nestes, Bohr assumia uma postura de defensor da interpretação ortodoxa da mecânica quântica, enquanto Einstein a criticava, apesar de ser reconhecido como um dos fundadores da mecânica quântica, pelo seu trabalho no efeito fotoelétrico.

   Einstein tinha certa aversão por essa teoria devido a alguns fatores, como o Princípio da Incerteza, que impossibilita a determinação completa de um estado quântico. Einstein passou a argumentar contra esse fato, chegando a, em tom de troça, questionar: “…ob der liebe Gott würfelt” (“…se o bom Deus joga dados”). O auge foi a formulação do paradoxo de Einstein-Podolsky-Rosen (paradoxo EPR), o qual se referia ao fenômeno de entrelaçamento quântico. Este paradoxo foi, a princípio, refutado pela Desigualdade de Bell.

   Apesar de uma linguagem um pouco mais complexa, trata-se de uma excelente leitura. A linguagem é mais difícil devido à época em que o livro foi escrito e por ser uma tradução. Os capítulos também possuem um caráter mais filosófico e histórico, o que muitas vezes deixa o leitor pensativo, mas não se torna maçante.

Autor da resenha: Leonardo Raphael Otto de Rocco.

1 comentário

  • Super legal

    Leticia S.G. Responder

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