Resenha: Bilhões e bilhões

Resenha: Bilhões e bilhões


Autor: Carl Sagan.

Ano de publicação: 1997.

Gênero: Ciência.

   Quantos bilhões são “bilhões e bilhões”? Alguns bilhões? Vinte bilhões? Cem bilhões? “bilhões e bilhões”, nesse caso, é bastante vago, porém representa perfeitamente toda a imensidão da obra que nos é apresentada.

   Este livro foi publicado pela primeira vez em 1997, um ano após a morte do autor. É uma compilação com dezenove artigos, alguns feitos com sua esposa Ann Druyan, sobre os mais variados temas, uns escritos anteriormente e reeditados, outros escritos exclusivamente para esta publicação. Passando por assuntos que vão desde o uso da notação científica até temas como o aborto, aborda questões importantes de diversas áreas do conhecimento, e desde o início deixa evidente o domínio de Carl Sagan sobre as diferentes áreas da ciência e sua enorme habilidade de transmitir esse conhecimento.

   O livro é dividido em três partes, com cerca de seis artigos cada: I – O poder e a beleza da quantificação, II – O que os conservadores estão conservando? e III – Quando os corações e as mentes entram em conflito. A primeira parte é uma espécie de introdução em que o autor explica alguns conceitos básicos que secretamente fazem parte do nosso cotidiano, mostrando como nos relacionamos intimamente com eles sem nem notarmos. Na segunda, são debatidas as questões ecológicas, principalmente as mudanças causadas pelo ser humano em nosso planeta e como extrair o que precisamos sem destruí-lo. A terceira tem discussões éticas e políticas sobre como utilizar o conhecimento científico para tomar decisões que impactam na sociedade como um todo, o papel que os governos no mundo inteiro tem quanto a isso e o poder que acompanha os avanços tecnológicos.

   O que une todos os dezenove artigos é o profundo debate de algumas das questões que definiram o século XX e como elas poderiam ser encaradas dali em diante, sempre analisados sob o ponto de vista cético que é praticado e defendido por Carl Sagan, ou seja, sem partir de preconceitos, sem justificativas religiosas, sem inclinações políticas e lidando apenas com fatos comprovados. Assim esse livro foi organizado, de modo a destacar a efemeridade humana ao mesmo tempo que enaltece sua grandiosidade.

Autor da resenha: Ricardo Gonzzato Rodrigues.

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