Resenha de: “Guia Politicamente Incorreto da Filosofia”

Resenha de: “Guia Politicamente Incorreto da Filosofia”

Título: Guia Politicamente Incorreto da Filosofia

Autor: Luiz Felipe Pondé

Ano da edição: 2012

Gênero: Política, Filosofia

Resenha: “Alguns poucos carregam a humanidade nas costas”

   O título desta resenha deixa bem claro aonde este livro pretende chegar e o quão desagradável ele pode ser para algumas pessoas, aliás, seu objeto é esse. O Guia Politicamente Incorreto de Filosofia é um livro que visa ser desagradável, principalmente para as pessoas politicamente corretas. São pautadas discussões de temas do cotidiano das pessoas, onde o autor toma um ponto de vista pessimista. O ser pessimista é no sentido de dizer “verdades” que todo mundo sabe, mas ninguém diz. O texto se caracteriza como um ensaio de ironia filosófica, onde os pontos de vista do autor são defendidos pautados na filosofia e na sua história, lembrando que filosoficamente a ironia visa demonstrar as verdades escondidas, uma vez que ela é muito próxima ao ceticismo, porém este é menos cruel que a ironia (esta humilha, e a mentira é considera de ordem moral, portanto ela visa revelar a hipocrisia).

   Os capítulos são curtos ensaios que discutem diversos temas, entre eles destacam-se: a discussão de fundamentalismos religiosos, do feminismo, a questão do belo, autoajuda, teologia da libertação, democratização do conhecimento, amor, natureza humana, etc.

   Alguns pontos do livro são bastante polêmicos (não é uma coisa que qualquer um saia falando por aí). Por exemplo, se você acredita que todos alunos são iguais do ponto de vista educacional, segundo Pondé isto é mentira, uma vez que até os professores sabem que alguns alunos são melhores que outros e assim é a sociedade de uma maneira geral. Outras polêmica abordada é que a igualdade ama a mediocridade e ela funciona a serviço da preguiça e do mau-caratismo, por exemplo, aliás, a questão de ”justiça social” (o próprio autor coloca o termo entre aspas) é bastante pautada. Pondé também discute a democracia, segundo ele confiar no povo como regulador da democracia é perigoso, pois o povo é opressor e se contenta com pouco, aderindo assim facilmente a formas de totalitarismo e quando aparece politicamente é pra quebrar as coisas. Aliás, segundo ele a maioria do povo é idiota.

   Os sistemas econômicos recebem uma atenção especial no livro. Um trecho que me chama bastante atenção diz que é duro ser gente, pois a maioria de nós é irrelevante, porém somos ouvidos porque somos consumidores. Não vou me adentrar aos argumentos, mas é uma leitura proveitosa no sentido de mostrar a sociedade por um viés diferente do qual estou acostumado.

Autor da resenha: Maurício Cherpinski.

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