Breves Respostas para Grandes Questões

Breves Respostas para Grandes Questões

 

Autor: Stephen Hawking

Ano da edição: 2018

Gênero: Divulgação científica

   Em seus últimos anos de vida, Stephen Hawking estava tentando reunir sua obra, opiniões e ensaios em um único livro. Infelizmente, Hawking não conseguiu realizar seu sonho, falecendo oito meses antes do lançamento do livro. Coube à sua família e amigos, com base em seus arquivos pessoais, finalizar seu desejo, publicando, em 14 de novembro de 2018, o livro “Breves Respostas para Grandes Questões”. Por esses motivos, o livro conta com uma dedicatória de sua filha, Lucy Hawking, outra do ator que o interpretou em “A teoria de Tudo”, Eddie Redmayne, e do próprio Stephen Hawking – tornando a leitura enriquecedora e prazerosa ao compartilhar histórias de vida de Stephen.

   O livro explana a opinião de Stephen sobre dez tópicos pelos quais ele era constantemente questionado, seja por cientistas, empresários, líderes políticos ou pelo público em geral. Cada resposta, apesar de ser escrita pensando no público leigo, aborda e aprofunda assuntos técnicos, como entropia, buracos negros, o princípio da incerteza de Heisenberg, DNA, RNA, e até mesmo ética – tornando, em certos trechos, a leitura cansativa, mesmo para leitores familiarizados com os temas. Mesmo assim, Hawking suaviza a obra trazendo analogias, sátiras e até mesmo expressando algumas opiniões ácidas:

“Esse sistema estelar está a cerca de 4,37 anos-luz de distância, ou 40 trilhões de quilômetros. Se houver seres vivos em Alpha Centauri hoje, os sortudos nem fazem ideia da ascensão de Donald Trump. ” (p. 200)

   Com o início das perguntas, o primeiro tema a ser abordado, “Deus existe?”, explora a visão de Stephen Hawking sobre a existência de Deus: ele a considera desnecessária e irrelevante. À medida que a ciência moderna avança, ela responde cada vez mais perguntas que antes eram abordadas pela religião, como a origem da Terra e de onde viemos. Hawking sugere que, no futuro, a existência de Deus não será mais necessária para explicar nada, pois a ciência poderá explicar tudo. Em uma de suas sátiras:

“Por séculos, presumia-se que pessoas com deficiência como eu viviam sob a maldição infligida por deus. Bom, talvez eu tenha irritado alguém lá em cima […]” (p.50)

   O capítulo dois, “Como tudo começou? ”, retrata a construção histórica e teórica da Teoria do Big Bang, contanto sobre o surgimento do Universo. No capítulo três, “Existe outra vida inteligente no Universo? ”, Stephen especula sobre o surgimento e evolução da vida no Universo, desde a relação do DNA com a termodinâmica à possíveis definições de vida. Em uma passagem, diz:

   “Acho que os vírus de computador deveriam ser considerados seres vivos. Talvez isso revele algo sobre a natureza humana: a única forma de vida que criamos até hoje é puramente destrutiva” (p.93)

   O capítulo quatro, “Podemos prever o Futuro? ”, revela como o princípio da incerteza de Heisenberg ressignificou o conceito de “determinismo científico”. No capítulo cinco, “O que há dentro de um Buraco Negro? ” – Provavelmente, o capítulo mais complexo – Hawking expõe as teorias modernas sobre buracos negros, incluindo, como o próprio escreveu, sua “pequena” contribuição no assunto: radiação Hawking e a entropia de buracos negros.

   No capítulo seis, “A viagem no tempo é possível? ”, discute-se como a ciência aborda a viagem no tempo. Segundo a relatividade restrita, isso é impossível, mas a relatividade geral sugere que, com energia negativa, dobras espaciais poderiam tornar isso possível, embora inviável com a tecnologia atual.  No capítulo sete, “Sobreviveremos na Terra? ”e oito, “Deveríamos Colonizar o Espaço? ”, Stephen afirma que os dias dos seres humanos na Terra estão contados, seja por influência humana (aquecimento global) ou não (meteoros, por exemplo); e que a única forma de garantir a sobrevivência da espécie humana é aventurar-se em novos planetas, galáxias e pelo cosmos. Em certa passagem, diz:

“Ao meu ver, estamos agindo com indiferença temerária em relação a nosso futuro na Terra”(p.176)

   No capítulo nove, “A inteligência artificial vai nos superar? “Hawking especula as potencialidades benéficas e destrutivas da relação dos humanos com a Inteligência artificial: desde formas para combater o câncer e realizar viagens espaciais até prática terrorista e possíveis genocídios em massa. Por fim, no capítulo dez, “Como mudaremos o futuro? ”, Stephen afirma a importância da educação e divulgação científica para que, no futuro próximo, a ciência atraia cada vez mais a atenção de novos pesquisadores que, assim como Einstein e Newton, possam mudar nosso futuro e o de toda a humanidade.

Autor da resenha: Gabriel Vinicius Mufatto

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