Resenha: Pele Negra, Máscaras Brancas

Autor: Frantz Fanon. 

Data da primeira publicação: 1952. 

Tradução: Renato da Silveira. 

   Para falarmos do livro “Pele Negra, Máscaras Brancas”, em primeiro lugar, precisamos entender o contexto no qual ele foi desenvolvido. Ele foi escrito por Frantz Fanon, inicialmente como uma tese de doutorado em psiquiatria, que foi rejeitada por conta do seu assunto ser considerado “pesado”. Por conta disso, existem muitos termos acadêmicos que tornam a leitura um pouco mais complexa para aqueles que não têm conhecimento na área. Entretanto, com um pouco de esforço e pesquisa, é possível ser lido mesmo por pessoas de fora desse contexto acadêmico. 

   Em segundo lugar, deve-se falar um pouco sobre o autor, Frantz Fanon, psiquiatra e filósofo político, nascido em uma colônia francesa da Martinica, no ano de 1925. Pele Negra, Máscaras Brancas foi o primeiro de seus livros, seguido de outros como “Os condenados da Terra” de 1961, sendo o último citado uma ótima indicação para aqueles que querem ler mais do mesmo autor.  

   Seguindo então para o livro, este é composto por sete capítulos, que podem ser lidos em sequência, ou não, pois a ordem de leitura deles não influencia no entendimento do livro como um todo (embora eu, leitora, acredite ser menos complexo entender caso você siga a ordem). Os capítulos abordam temas como “O negro e a linguagem”, “A mulher de cor e o branco”, “O homem de cor e a branca”, seguindo para capítulos que falam das vivências do negro, da dependência do colonizado e outros que abordam o preto e a psicopatologia (estudo relacionados a doenças mentais).  

   Em minha visão, esse livro traz uma discussão muito importante a respeito do racismo, mostrando como ele pode estar presente em diversos momentos e situações. Por exemplo, Fanon observa como os homens brancos costumam se dirigir aos negros usando expressões como “negrinho”, que remetem a um adulto se dirigindo a uma criança. Em outro momento, Fanon traz, também, diversas discussões sobre como pessoas de cor podem acabar menosprezando outras pessoas de cor para se aproximarem mais da visão ideal do “ser branco”, da branquitude. 

   Desse modo, recomendo o livro para aqueles que querem se aprofundar no tema. E, para finalizar, Fanon foi um brilhante filósofo e pensador, suas escritas merecem ser perpetuadas não só no ambiente acadêmico, mas também fora dele.  

Autora da resenha: Mariana Carachinski.