Resenha: O Silmarillion

Resenha: O Silmarillion


Autor: J. R. R. Tolkien.

Gênero: ficção e fantasia.

Ano de publicação: 1977.

   Uma das obras mais reconhecidas no mundo, que inspirou filmes e jogos, é a trilogia de O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien. Essa trilogia se passa no cenário da Terra Média, um mundo fictício, onde existem diversas criaturas míticas, como elfos, anões, orcs, dragões, etc. 

   Acontece que a história do Senhor dos Anéis é antecedida por outros contos importantes. Tais contos auxiliam o entendimento dos eventos que ocorrem na trilogia. Dentre todos os contos, está o famoso livro O Silmarillion. Bem, sobre o que se trata esse livro?

   O Silmarillion inicia na criação do mundo, quando um “deus” (Eru Ilúvatar) cria os Ainur, que, no início, foram incumbidos de cantar uma música. A música durou até que um dos Ainur, Melkor, em sua arrogância, decide mudar a parte da música que o fora dada. Depois disso, Eru decide revelar parte de seus planos, criando Arda, que é o mundo, e mostrando que, em Arda viriam os filhos de Ilúvatar, os Elfos e os Homens.

   Alguns dos Ainur decidem ir para Arda, para construí-la, estes passaram a ser chamados de Valar. Além dos Valar, existem também os Maiar, que são Ainur que vieram mais tarde. Dentre os Valar, se encontrava Melkor, que tinha por objetivo ser o Rei de Arda, subjugando os filhos de Ilúvatar. Por esse motivo ele atrapalhava seus irmãos em todos os projetos. Cabe ressaltar que Melkor era o mais poderoso dos Valar.

   Ocorrem, então, muitos eventos que levam Melkor ao domínio da Terra Média e depois, quando vieram os primeiros filhos de Ilúvatar, os elfos, ao cárcere de Melkor em Valinor (cidade onde os Valar se refugiaram de Melkor). Passam-se algumas eras até que Melkor foi solto e ele passa a corromper o coração dos elfos, em especial, dos Noldor, elfos que eram os prediletos de Aulë, um Valar, e que eram conhecidos por serem amantes do conhecimento. Nesse mesmo período, Feänor, o mais habilidoso dos Noldor, cria a maior obra de Arda, as Silmarils.

   Todos os contos de O Silmarillion giram em torno das jóias Silmarils. Primeiro acontece de Melkor conseguir corromper grande parte dos Noldor, depois ele consegue roubar as Silmarils e fugir de Valinor e se esconder em Angband (reino sombrio, onde Melkor criou suas aberrações: orcs, dragões, Balrogs, etc. Também lá se encontrava o general Sauron, um Maiar, que era o mais fiel servo de Melkor). Depois do roubo, os Noldor, decidem perseguir as Silmarils, jurando matar qualquer ser que tivesse em posse delas. Mandos, um Valar, lança sua profecia sobre os Noldor, que passam a carregar o peso de sua jura. A profecia proferida por Mandos está relacionada com a salvação da Terra-Média e com a morte de todos os filhos de Feänor.

   Existem muitos acontecimentos de essencial importância no desenvolvimento da trama, estes são separados em diversos contos. Mas são três os principais, que são relatados em três contos. São eles: Beren e Lúthien, Filhos de Húrin e A Queda de Gondolin. Todos os contos conduzem ao nascimento de Eärendil, um meio-elfo, que foi o primeiro ser, após a fuga dos Noldor de Valinor, a conseguir voltar a Valinor e conseguir auxílio dos Valar contra Morgoth (anteriormente conhecido como Melkor). 

   Mas, além disso, em O Silmarillion, está contida a história da chegada ao poder de Sauron (após a queda de Morgoth) e a criação dos anéis do poder, bem como sua derrota e, posteriormente, a sua expulsão da Terra-Média (a expulsão é contada com maior detalhes nos livros O Senhor dos Anéis).

   O livro é longo, mas sua leitura é fluida e muito cativante. Todos os contos são bem escritos e muito envolventes, além de conterem muitos detalhes, o que prende ainda mais a atenção do leitor. É fácil notar, durante a leitura, que todos os contos estão relacionados, o que torna necessário, em muitas ocasiões, buscar informações dos contos antecedentes. Trata-se de um livro muito bom, que aprofunda ainda mais no magnífico mundo da Terra-Média e suas histórias. 

   Uma curiosidade sobre o livro é que foi uma das primeiras obras que Tolkien iniciou a escrever. A primeira versão de O Silmarillion foi escrita em 1916, enquanto Tolkien se encontrava na enfermaria, após ter servido na Primeira Guerra. Ele não quis publicar o livro, pois não gostou da forma, então passou os anos seguintes escrevendo outros livros e aprimorando O Silmarillion.

Autor da resenha: Leonardo de Rocco.

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