Dorothy Crowfoot Hodgkin (1910-1994)

Dorothy Crowfoot Hodgkin (1910-1994)


   Nascida em Cairo, no Egito, ao 12° dia do mês de maio de 1910, Dorothy Crowfoot Hodgkin foi uma química estudiosa de proteínas. Seu pai, John Winter Crowfoot, foi arqueólogo no país, chegando a atuar como diretor da Escola Britânica de Arqueologia em Jerusalém [1, 2].

   A mãe de Dorothy, Grace Mary Crowfoot, encontrava-se constantemente trabalhando com o marido na arqueologia, além disso, em suas catalogações individuais, destacava-se como botânica. Em meio a este cenário familiar ligado à ciência e associado concomitantemente com a Primeira Guerra Mundial, a infância de Dorothy se deu com os avós, na Inglaterra [1,2]. 

   Aos seus 10 anos de idade já apresentava interesse por química, sobretudo pelo estudo de cristais. Nesse sentido, recebeu influência de um amigo da família, Dr. A. F. Joseph, o qual lhe auxiliou a interpretar um cristal denominado ilmenita – caracterizado por ser um mineral frequentemente presente na areia e em alguns meteoritos -, enquanto visitava seus pais no Sudão [1, 4].

   A educação recebida por Dorothy ocorreu de maneira não convencional para o padrão educacional de  meninas da época. Esse fato se justifica pelo desejo proveniente de seu pai de que a filha estudasse em Oxford, tal como ele. Assim, ela quase seguiu a mesma carreira dos pais, não fosse seu grande fascínio pela química [2]. 

   Em 1928, ingressou na Universidade de Oxford para estudar química, sendo uma das 5 mulheres de uma turma de 60 alunos. Para a conclusão de seu curso, a estudante desenvolveu um trabalho de pesquisa com ênfase em cristalografia de raios X, contando com a orientação de H. M. Tiny Powell. Os resultados desse trabalho foram publicados na Nature e Dorothy se graduou em “First Class” de sua área, quesito atribuído a alunos com nota máxima, de modo a ser a terceira mulher a conquistar esse feito [2].

   Em sua tese de doutorado, por sua vez, explorou o método de cristalografia para a caracterização de moléculas biológicas na Universidade de Cambridge. Em conjunto com John Desmond Bernal, verificaram que a análise dos cristais das proteínas devem ser realizadas em fluidos correspondentes à solução mãe da componente biológica, configurando o início da cristalografia de proteínas – técnica utilizada até a atualidade para o estudo da insulina, hemoglobina, vírus, ribossomos e outras moléculas e estruturas [1, 2].

   Ao retornar para Oxford, em 1934, a cientista passou a desempenhar a função de professora na instituição, vínculo que perdurou por toda sua vida. Assim, alcançou os títulos de docente titular em cristalografia de raios X, no ano de 1956, e de professora pesquisadora da Royal Society, em 1960 [1,2].

   Em 1948, iniciou sua pesquisa associada à vitamina B12, caracterizada pela sua complexidade estrutural e tratamento da anemia megaloblástica. Esse trabalho lhe rendeu o prêmio Nobel em Química de 1964, além de que foi descrito como um grande sucesso da cristalografia de raios X, abrindo novos horizontes para a técnica [1-3].

   Em uma entrevista à rádio da BBC, relatou que os homens do meio científico sempre foram, em suas próprias palavras, “especialmente gentis” com ela devido a ser mulher. Dorothy dedicou-se à ciência até os últimos anos de sua vida, de modo que sua última publicação, em 1988, voltou-se à descrição do hormônio insulina. A pesquisadora faleceu em 29 de julho de 1994, na cidade de Shipston-on-Stour, parte sul do condado de Warwickshire na Inglaterra [2, 3].

Escrito por: Patricia Camargo de Oliveira 

Referências:

[1] Imagem retirada de: The Nobel Prize. Dorothy Crowfoot Hodgkin Biographical. Disponível em: <https://www.nobelprize.org/prizes/chemistry/1964/hodgkin/biographical/>. Acesso em 18 de maio de 2020.

[2] VARGAS, D. M. Dorothy Crowfoot Hodgkin: Uma Vida Dedicada à Ciência. Rev. Virtual Quim., 2012. Volume 4, N. 1, 85-100.

[3] FERRY, G. Dorothy Hodgkin. 2020. Disponível em: <https://www.britannica.com/biography/Dorothy-Hodgkin>. Acesso em 18 de maio de 2020.

[4] Museu de Minerais, Minérios e Rochas Heinz Ebert. ILMENITA. Disponível em: <https://museuhe.com.br/mineral/ilmenita-ilmenite/>. Acesso em 19 de maio fe 2020.

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