Resenha: Ensaio sobre a experiência da morte
Autor: Paul Ludwig Landsberg. Ano de publicação: 2009. Gênero: Filosofia. “O que a morte significa para a pessoa humana? A questão é inesgotável: trata-se do mistério do homem, […]. Logo, é preciso impor limites e buscar uma base de experiência para respostas possíveis; […]” – Paul Ludwig Landsberg “Ensaios sobre a experiência da morte e entre outros ensaios” é um livro escrito pelo filósofo Paul Ludwig Landsberg (filho de família judia). Seus principais pensamentos sobre o assunto começam quando, em sua fase adulta, opta pelo exílio da Alemanha e recebe a notícia de sua mãe morta, após cometer suicídio, pelo fato de ter sua permissão para sair do Reich recusada. O livro busca trazer, em sua essência, reflexões, do ponto de vista do autor, sobre como a morte é vista e sentida por cada indivíduo. Traz consigo, em sua escrita, o princípio que para se entender a esse fenômeno precisamos perceber que a experiência mais próxima que vivemos da morte é o fim da vida do próximo. Dessa forma, podemos caracterizar também que a morte irá variar, de indivíduo para indivíduo, conforme vários aspectos. Esses vão desde a cultura em que a pessoa está inserida até a proximidade com que se tem da pessoa que morre. Paul coloca em pauta de discussão também, algo muito importante e delicado, que é o ato do suicídio em seu ensaio chamado “O problema moral do suicídio”. Neste, traz argumentos que visam o impedimento do suicídio e busca averiguar o quão válidos são, de fato, para que uma pessoa mude de ideia além de tentar entender o motivo de uma pessoa se suicidar. Deixo com vocês, leitores, uma crítica importante que o autor faz com relação ao suicídio: “Quase sempre as pessoas julgam que o suicida é um covarde. Tal argumento, tipicamente burguês, parece ridículo. […] Há de certo muito mais pessoas que não se matam por que são muito covardes para fazê-lo do que pessoas que se matam por covardia. […]” Mas, como o próprio nome do livro traz “…e entre outros ensaios”, o filósofo ainda divaga sobre os pensamentos de outros filósofos conhecidos como Nietsche, Max Scheler, entre outros. Como opinião de leitor do livro, percebo que é um livro de linguagem difícil e que sempre se remete a pensamentos de diversos filósofos e Padres. Dessa forma, quando não se tem esse conhecimento específico torna a leitura complicada (mas, também instiga a curiosidade de saber do que se tratam a referência utilizada pelo autor). Por fim, acredito que cabem dois conselhos. Aos que são sensíveis ao tema: o livro trás argumentos interessantes e críticas muito importantes, mas para você que esteja passando por dificuldades ou dúvidas sobre a vida, talvez, agora, não seja interessante a leitura. Quanto aos demais: é um livro que quebra preconceitos e estigmas sobre o tema e que vale a leitura, como já dizia o médico e palestrante Oliver Wendell Homes Sr.: “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.” Autor da resenha: Matheus Meoquior da Fonseca.