Avram Noam Chomsky (1928 -)
Avram Noam Chomsky nasceu em 7 de dezembro de 1928, no estado da Filadélfia, Estados Unidos [2]. Com 10 anos escreveu um artigo sobre fascismo na Europa depois da Guerra Civil Espanhola [3]. Aos 13 anos começou a frequentar círculos anarquistas em Nova York. Nessa mesma época desenvolveu um senso de leitor agudo, para ele, pensadores marxistas como o húngaro Georg Lukács (1885-1971) não lhe soavam profundos, mas confusos. E tanto a clareza como a simplicidade lhe parecem marcas essenciais das grandes ideias [4]. Formou-se em Linguística, Filosofia e Matemática pela Universipdade da Pensilvânia, onde ele também defendeu seu doutorado em 1955. Após isso passou a lecionar Línguas Modernas e Linguística no MIT (Massachusetts Institute of Technology) [5]. Foi neste lugar que Chomsky desenvolveu uma crítica ao estruturalismo. Essa corrente enunciava a linguagem como algo que se aprendia por imitação. Era uma teoria behaviorista, baseada na crença de que, em última instância, o ser humano não tem nada de inato, tudo é aprendido por adestramento. O principal formulador dessa teoria foi o psicólogo americano B. F. Skinner (1904-1990). Na concepção de Chomsky, porém, a linguagem é uma capacidade humana natural, inscrita no DNA. Com este pensamento ele escreveu vários artigos e livros, os quais atualmente são clássicos, como, por exemplo, Linguística Cartesiana. Pode parecer simples, mas essa posição revolucionou a Linguística, ainda que seja parecida com a de pensadores racionalistas e iluministas. Ao criticar Skinner, Chomsky estava não apenas discutindo aspectos da linguagem humana, mas atacando a convergência entre o ponto de vista científico e o desejo de domínio das classes dominantes sobre as pessoas. Mais ainda, ele estava mudando radicalmente a localização do objeto de estudo da linguística: enquanto para os estruturalistas a língua era algo externo ao homem, para ele o foco era a capacidade inata da linguagem. (Essa aptidão que faz você, que está lendo este texto, entender esta frase, mesmo que nunca a tenha lido antes – é o objeto de estudo da Linguística Chomskyana). No campo político, Chomsky se define como anarquista, entretanto, tem uma visão própria do termo. Para ele, anarquismo é a convicção de que a obrigação de se explicar é sempre da autoridade, e que esta deve ser destituída caso não consiga fazê-lo [4]. Nessa área, ainda, ele é autor de obras como: O Poder Americano e os Novos Mandarins (1969), Ilusões do Oriente Médio (1974) e Consentimento de Fabricação (1988) [3]. Em 1967, escreveu um longo artigo chamado: “A Responsabilidade dos Intelectuais”, no qual ele defende a ideia de que: “Os intelectuais têm condições de denunciar as mentiras dos governos e de analisar suas ações, suas causas e suas intenções escondidas. É responsabilidade dos intelectuais dizer a verdade e denunciar as mentiras”. Em 1979, Paul Robinson escreveu no New York Times Book Review que “Pelo poder, alcance, inovação e influência de suas ideias, Noam Chomsky é indiscutivelmente o mais importante intelectual vivo, hoje.” Contudo, Robinson continua o artigo dizendo que os trabalhos de Chomsky sobre Política são “terrivelmente simplistas” [6]. Chomsky observa que “se não fosse por esta segunda afirmação, eu seria capaz de pensar que estava fazendo algo errado… é verdade que o imperador está nu, mas o imperador não gosta que digam isto a ele, e os seus “cachorrinhos-de-colo”, como o The New York Times, não vão gostar da experiência se você disser isso” [1]. Atualmente ele aparece ora em programas de TV, como o “Roda Viva” [7], ora escrevendo artigos de Linguística. Talvez preferisse ficar em casa, porém, segue protestando pelo mundo, denunciando o poder e espalhando solidariedade. Texto por: Ricardo Gonzatto Rodrigues Referências: [1] Imagem retirada de: Autor Desconhecido, Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Noam_Chomsky> , Acessado em: 11/04/2020. [2] Thais Pacievitch, Disponível em: <https://www.infoescola.com/biografias/noam-chomsky/>, Acessado em: 11/04/2020. [3] Autor Desconhecido, Disponível em: <https://amenteemaravilhosa.com.br/biografia-de-noam-chomsky/>, Acessado em 11/04/2020. [4] Luís Augusto Fischer, Disponível em: <https://super.abril.com.br/cultura/dentro-da-cabeca-de-noam-chomsky/> , Acessado em: 11/04/2020. [5] Autor Desconhecido, Disponível em: <https://www.algosobre.com.br/biografias/noam-chomsky.html>, Acessado em 11/04/2020. [6] Paul Robinson, Disponível em: <https://www.nytimes.com/1979/02/25/archives/the-chomsky-problem-chomsky.html>, Acessado em: 11/04/2020. [7] Canal Roda Viva, (1:31:31), Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Zx6VlKOU1AM , Acessado em: 11/04/2020.