Max Born (1882 – 1970)

Max Born (1882 – 1970)

   Max Born foi um físico teórico alemão que nasceu em 11 de dezembro de 1882 na Breslávia (na época, parte do Império Alemão e hoje pertencente à Polônia), filho de Gustav Born e Margarete Kauffmann [1].

   Born iniciou seus estudos acadêmicos na Universidade de Breslávia em 1901. Entre os anos de 1901 e 1904 também frequentou as Universidades de Heidelberg, Zurique e Gottingen, tendo contato com vários cientistas de renome, como David Hilbert e Hermann Minkowski. Em 1906 obteve seu título de doutor [1,2].

   Entre 1908 e 1909, Born passou um breve período em Cambridge, onde trabalhou com Joseph Larmor e J. J. Thomson. De volta a Gottingen, Born tornou-se lecturer1 nesta Universidade pelo reconhecimento de seu trabalho com elétrons relativísticos. Em 1915, foi convidado por Max Planck para o cargo de professor na Universidade de Berlim, mas não pode assumi-lo, pois teve de servir a Alemanha na 1a Guerra Mundial. Apesar disso, Born conseguiu realizar suas pesquisas e publicou seu primeiro livro, sobre dinâmica de redes cristalinas [1].

   Dois anos após o fim da Guerra, em 1921, Max Born tornou-se professor em Gottingen, onde permaneceu por 12 anos. Nesse período ele desenvolveu seus trabalhos mais proeminentes, principalmente em mecânica quântica (MQ). Como chefe do Instituto de Física Teórica da Universidade, Born ajudou a formar uma geração de físicos notáveis e contribuiu para a Interpretação de Copenhague da MQ [3,4].

   Born colaborou com Werner Heisenberg, seu aluno, na formulação matemática matricial da MQ, e logo depois desenvolveu seus próprios estudos sobre a interpretação probabilística da MQ. Born mostrou que a solução da equação de onda de Schrödinger tinha significado estatístico, o que foi de fundamental importância para o desenvolvimento da MQ [2,4].

   Pela sua origem judia, em 1933 Max Born perdeu suas filiações acadêmicas e foi obrigado a deixar a Alemanha. Ele imigrou para o Reino Unido e foi professor da Universidade de Edimburgo até 1953, ano em que se aposentou [3].

   Max Born recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1954, sendo um dos últimos a serem lembrados dentre os quais contribuíram para o desenvolvimento da MQ. Born era dito ser uma pessoa tímida e reservada, e não obteve o apoio necessário para o prêmio Nobel como seus pares, Heisenberg, Schrödinger e Paul Dirac, na década de 1930 [3].

   Os acontecimentos no período da 2a Guerra Mundial afetaram diretamente a vida de Max Born, incluindo a perda de parentes próximos. Born também se preocupou com a pesquisa de armas nucleares no Reino Unido e a utilização das bombas atômicas no Japão. Ele trabalhou ao lado de Einstein e outros cientistas em prol do controle da energia nuclear e contra a utilização destrutiva da ciência [3].

   Max Born viveu o restante de sua vida em Bad Pyrmont, uma pequena cidade no interior da Alemanha, até sua morte em 5 de janeiro de 1970 [4].

            Autor: Cristhian Gean Batista Guimarães.

1Lecturer = designação em inglês para professores universitários em início de carreira acadêmica.

Referências

[1] Max Born – Biographical. The Nobel Prize. Disponível em: https://www.nobelprize.org/prizes/physics/1954/born/biographical/. Acessado em: 5 nov. 2023.

[2] The Life of Max Born. Max Born Institute. Disponível em: https://mbi-berlin.de/about-mbi/history/max-born. Acessado em: 5 nov. 2023.

[3] CASSIDY, D. Born unto Trouble. American Scientist. Disponível em: https://www.americanscientist.org/article/born-unto-trouble. Acessado em: 5 nov. 2023.

[4] Max Born (1882 – 1970). Atomic Archive. Disponível em: https://www.atomicarchive.com/resources/biographies/born.html. Acessado em: 5 nov. 2023.

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