O triste fim de Policarpo Quaresma
Autor: Lima Barreto Ano de publicação: 2019 Gênero: romance Pré-modernista. O triste fim de Policarpo Quaresma foi escrito por Lima Barreto, sendo publicado em 1911, no formato de folhetins. Posteriormente, em 1915, distribuído como um livro, o qual foi relançado em 2019 na série Prazer de ler pela Câmara dos Deputados. A história se passa no começo década de 1890, na cidade do Rio de Janeiro, capital do país. Na época, o modelo de governo republicano ainda era novidade e não aceito por uma parcela da sociedade, que levaria a Revolta da Armada contra o governo do presidente Marechal Floriano Peixoto. A obra é narrada em terceira pessoa, e o protagonista é o Major Policarpo Quaresma que trabalhava como subsecretário no Arsenal de Guerra. Sua principal característica é o seu nacionalismo ufanista, apaixonado pela literatura e cultura nacional. Seu ideal nacionalista e seu costume de ler não eram bem-vistos pela sociedade, que o consideravam um louco. O livro é dividido em três partes: na primeira é onde Quaresma tenta encontrar uma identidade nacional através da cultura, assim ele começa a ter aulas de violão com Ricardo Coração dos Outros que passa a ser seu amigo e desempenha um importante papel no desenvolvimento da história. Quaresma escreve um ofício alegando que a língua portuguesa era emprestada de Portugal e que o Tupi-Guarani deveria ser o idioma oficial do país, esse fato acabou levando-o a ser internado em um hospício. Na segunda parte: após receber alta, Quaresma se muda para uma fazenda chamada Sossego, enfrentando as dificuldades de se tornar um agricultor. A sua falta de experiência com as técnicas utilizadas atrapalhou suas primeiras colheitas, mas o seu verdadeiro empecilho eram as formigas saúvas, os altos impostos cobrados e a falta de infraestrutura para levar seus produtos para a cidade. Por fim, na terceira parte: a Segunda Revolta da Armada estoura, um movimento da marinha que se opunha ao governo. Quaresma lutou contra os rebeldes, servindo como Major no comando de uma guarnição, onde vivenciou os horrores tanto físicos quanto psicológicos da Guerra. Ao fim da revolta, ele foi colocado na função de carcereiro e, posteriormente foi preso sem justificativa junto aos marinheiros capturados. Sua vida passou diante de seus olhos, um homem que dedicou toda a sua a vida em amor à pátria, vivendo na ilusão de um mundo ideal, não enxergando a realidade em que estava contido. De que lhe serviu todo o seu patriotismo, seu estudo, sua dedicação, seu orgulho, sua paixão? Em vão foram os esforços de Ricardo para tirá-lo da prisão, todos o viam como louco e traidor, Policarpo Quaresma conhecia ali seu triste fim. Autor da resenha: Gian Carlos Bedreski do Padro.