A visão em cores
Enxergamos diversas cores: vermelho, azul, roxo, amarelo e muitas outras. Cores são uma sensação psico química que nosso cérebro interpreta e essa informação chega pelos olhos [1, 2]. A cor é caracterizada por frequências e, então, como estas são interpretadas por nosso olho? A fisiologia dele é importante para compreensão do mecanismo de visão [2]. A estrutura do olho é esférica e a parte que vemos é uma lente delimitada pela córnea. Na parte posterior da esfera, há a retina, o local onde a imagem, aquilo que vemos, se forma [1]. A retina estende-se por grande parte do olho. Nela, existe uma região central chamada fóvea e nessa região encontram-se células do tipo cones, responsáveis pela visão em cores, e bastonetes, responsáveis pelas visões no escuro e laterais. Conforme distanciamos da fóvea, o número de cones diminui e o número de bastonetes aumenta [1]. Por ora, os cones são os mais interessantes para visão em cores, pois eles formam nossa interpretação do que chamamos de cor. Para Física, ela é determinada por uma frequência, mas como nomeamos esse intervalo que vemos? A resposta depende da cultura, geralmente os povos determinavam cores por faixas de frequência do espectro [2]. A língua inglesa é um bom exemplo desse processo, algumas cores são: red (vermelho), green (verde), brown (marrom), black (preto), white (branco) e gray (cinza). Como o inglês surge do anglo-saxão, as palavras monossilábicas, as mais simples, são as primeiras do inglês e as cores seguem esse padrão. Já cores como yellow (amarelo), purple (roxo) e blue (azul) são exceções, as duas primeiras são cores anglo-saxônicas com duas sílabas, já azul é a cor monossilábica do francês bleu, substituindo hǽwen, sendo uma palavra de origem da atual heaven (céu). Essa nomenclatura difere para outros povos, pois estão nomeando faixas de frequência [2]. O olho pode distinguir entre 7 a 10 milhões de cores, certamente esse número é maior que o número de palavras que conseguimos atribuir às coisas. A língua portuguesa, por exemplo, tem cerca de 300 mil palavras [2, 3]. Como enxergamos todas essas cores? Nossos cones são divididos em três categorias, cada uma responsável por um tipo de cor. Cada grupo de cone corresponde a uma parte dos comprimentos de onda do espectro visível, o curto, cerca de 440 nanômetros (nm), o médio, em 540 nm e o longo, em 580 nm. Olhando a cor correspondente que vemos, seria o que chamamos azul, verde e vermelho, respectivamente [2]. As cores vistas por nós são, então, uma combinação das intensidades dessas três, mas será que essa combinação gera todas as cores visíveis ao olho humano? Não, faltam alguns comprimentos de onda. De fato, existem “intensidades” negativas que geram algumas cores [1, 2]. O daltonismo é um caso em que os picos de maior intensidade dos cones, vermelho, verde ou azul, têm um valor menor, logo não se consegue gerar todas as cores [1, 2]. As cores, determinadas por uma frequência pela Física difere da nomenclatura cultural, as culturas nomeiam as cores como faixas de frequência daquilo que veem, pois, certamente, ter palavras para 7 milhões de cores não é prático. O olho tem grande importância em captar essas cores. Na retina, as células cones combinam as cores vermelho, azul e verde formando todas as cores que conhecemos. Autor: Gabriel Presotto. Referências [1]. Feynman, R.P.. Leighton, B.L.. Sands, M.. The lectures on physics. Vol. 1. California Institute of Technology. 2013. Disponível em: <https://www.feynmanlectures.caltech.edu/I_toc.html>. Acessado em: 12 de mar. de 2022. [2]. Elert, G. The physics hyperbook:colors. Disponível em: <https://physics.info/color/>. Acessado em: 12 de mar. de 2022. [3]. Quantas palavras existem na Lingua Portuguesa?. VortexMag. Disponível em: <https://www.vortexmag.net/quantas-palavras-existem-na-lingua-portuguesa/>. Acessado em: 12 de mar. de 2022.