Rosalyn Susman Yalow

Rosalyn Susman Yalow


   No dia 19 de junho de 1921, na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, nascia a magnífica física Rosalyn Sussman Yalow. A cientista cravou seu nome na área da Fisiologia e da Medicina após conquistar um Nobel. A desigualdade de gênero era predominante nessas áreas e demorou três décadas para que a premiação fosse para uma mulher. Gerty Cori foi a primeira mulher a ser laureada com um Nobel na área de Fisiologia ou Medicina e Rosalyn fora a segunda a receber o prêmio nessa área. No decorrer deste texto, vamos saber mais sobre a história dessa incrível cientista [1,2].

   Rosalyn era descendente de imigrantes alemães e europeus e seus pais não tiveram acesso à universidade, porém procuraram garantir que seus filhos obtivessem o máximo de educação possível. O sonho dos pais de Rosalyn era que ela se tornasse professora das séries iniciais, mas ela era teimosa, determinada e tinha seus próprios sonhos e objetivos [1-3].

   Suas habilidades para a Física, Matemática e Química eram evidentes desde muito jovem. Se formou na universidade para mulheres de Nova Iorque, a Hunter, e foi a primeira mulher a se graduar em Física na universidade. Durante a graduação, Rosalyn se apaixonou pela física nuclear que, segundo ela, era a área mais empolgante do mundo. Rosalyn teve como inspiração a magnífica cientista Marie Curie. Ela leu a biografia de Curie e também se fez presente na conferência de Enrico Fermi, a qual tratava da fissão nuclear [1-3].

   No ano de 1941, a cientista começa a lecionar como assistente na Faculdade de Engenharia, na Universidade de Illinois, se tornando a única mulher entre 400 docentes. Esse fato só aconteceu devido ao alistamento de cientistas homens nas forças armadas com a eclosão da II Guerra Mundial. Durante esse período, em meio aos seus estudos, Rosalyn acabou conhecendo o estudante de Física Aaron Yalow, este que, no ano de 1943, se tornou seu marido e tiveram dois filhos [1-4].

   Já em 1945, seu doutorado em física nuclear, com ênfase em construir e utilizar máquinas para mediação de substâncias radioativas, chega ao fim. Com isso, a cientista toma posto de engenheira assistente no Laboratório Federal de Telecomunicações, em Nova Iorque, sendo a única mulher da equipe. No ano de 1946, Rosalyn, torna-se professora de Física no Hunter College e, em seguida, é convidada pelo Veterans Administrations Hospital a desenvolver o Radioisotope Service. Esse trabalho tinha como objetivo a aplicação médica de radioisótopos radioativos. Sua equipe era composta por diversos outros cientistas da área, um deles foi Solon A. Berson, o qual foi seu parceiro de pesquisa por 22 anos [1-5].

   Nesse trabalho, eles estudaram o uso de radioisótopos para medir o volume de sangue de modo preciso e utilizaram a insulina para testes. Os estudos trouxeram avanços consideráveis na área médica. Por meio destes, descobriram que pacientes com diabetes tipo II se tornavam resistentes à insulina pela produção de anticorpos que faziam com que fosse excretada. Esse estudo, além de possibilitar um tratamento para diabetes, foi útil também para o tratamento de várias outras doenças e aplicações médicas [1-5].

   Tal técnica os rendeu o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1977, tornando Rosalyn a segunda mulher a ser laureada nessa área. Infelizmente, o seu companheiro de pesquisa, Berson, faleceu antes de receber o prêmio. Rosalyn, em seu discurso, desabafou e deixou claro sua indignação com a injustiça enfrentada por mulheres que obtinham êxito acadêmico e profissionalmente por conta da discriminação de gênero. Segundo ela, o papel das mulheres era exclusivo de provedora do lar, porém, quando almejavam trilhar seus próprios caminhos, tinham que provar incansavelmente o quanto mereciam estar ali e eram muito mais pressionadas do que os seus colegas homens [1-5].

   Rosalyn Sussman Yalow é a prova da importância da representatividade das mulheres na ciência. Influenciada por Marie Curie, enfrentou como seu ídolo muita dificuldade devido ao machismo predominante da época e foi a primeira mulher de diversos grupos de pesquisa. São histórias de mulheres como a de Marie Curie e Rosalyn Sussman Yalow que motivam e são inspirações para diversas meninas e mulheres que almejam vitórias e carreiras como a delas. Por mais mulheres na ciência. 

Autora: Lorraine Gabriele Fiuza de Jesus.

Referências:

[1] D’ORNELAS, Alana; JAMAL, Jessica; AMARAL, Clarice D. B. Rosalyn Sussman Yalow, Nobel de Fisiologia ou Medicina, 1977: Rosalyn Sussman Yalow: a física nuclear que superou muitos obstáculos de sua época. Meninas e Mulheres nas Ciências – UFPR, [s. l.], 11 nov. 2020. Disponível em: https://meninasemulheresnascienciasufpr.blogspot.com/2020/11/rosalyn-sussman-yalow-nobel-de.html. Acesso em: 11 nov. 2021.

[2] MINELLA, L. S. No trono da ciência: mulheres no Nobel da Fisiologia ou Medicina (1947-1988). Cadernos de Pesquisa, v. 47, n. 163, p. 70-93, jan/mar 2017. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/cp/v47n163/1980-5314-cp-47-163-00070.pdf>. Acesso em 11 de nov. 2020.

[3] Rosalyn Yalow. Biographical. Disponível em: https://www.nobelprize.org/prizes/medicine/1977/yalow/biographical/. Acesso em: 28 out. 2020.

[4] Rosalyn Yalow. Nobel Prize in Physiology or Medicine 1977. The Nobel Prize. Disponível em: https://www.nobelprize.org/womenwhochangedscience/stories/rosalyn-yalow Acesso em: 11 de nov. 2020.

[5] Meet Nobel Prize winner Rosalyn Sussman Yalow, who let doctors see into your blood. Massive Science. Disponível em: https://massivesci.com/articles/science-hero-rosalyn-sussman-yalow-facts-insulin-diabetes-blood-radioimmunoassay/ Acesso em: 11 de nov. 2020.

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