Resenha: A megera domada

Resenha: A megera domada


 

Autor: William Shakespeare. 

Ano de publicação: 1594. 

Gênero: Peça teatral. 

   Um nobre decide pregar uma peça em um homem bêbado chamado Christopher Sly, que se encontra dormindo em frente a uma taberna, e manda seus serviçais colocá-lo dentro da carruagem e levá-lo ao seu castelo. Lá, deveriam dar um banho, vesti-lo como um homem rico e lhe dar o melhor aposento. Tudo isso para que quando o homem acordasse, não pudesse entender o que estava acontecendo.  

   O rico ordenara que todos o tratassem como um verdadeiro nobre e até mesmo um dos empregados estava vestido para parecer uma esposa. Depois de um tempo, o homem estava quase acreditando que realmente era um homem rico e que tudo o que vivera até então era apenas um pesadelo. Com a chegada de um grupo de saltimbancos, o verdadeiro nobre ordenou que realizassem uma apresentação para Sly, com o intuito de observá-lo sendo enganado e tirar sarro de toda aquela situação. 

   E é então que a história da megera realmente começa. Seu nome é Catarina, uma mulher totalmente diferente das demais “donzelas” de sua época. Ela possuía fortes opiniões, bastante rude e com a certeza que não queria se casar. Quem estava chateada com essa situação toda, era sua irmã mais nova Bianca, que possuía muitos pretendentes. Mas o pai delas só permitiria Bianca se casar após Catarina arrumar um marido.  

   Lucêncio, filho de um mercador conhecido e bastante abastado, chega até a cidade de Pádua para estudar na universidade, juntamente a Trânio, seu devotado criado. Ao caminhar pela rua comercial da cidade, Lucêncio percebe a jovem mais bela, meiga e doce que ele já havia visto, a jovem Bianca.  

   Ela estava andando com outra moça e um homem corpulento e mais velho, Baptista Minola, o pai das duas. Atrás deles, vários rapazes protestavam contra Baptista, tentando conseguir com que ele deixasse Bianca se casar. Baptista gritou que qualquer um que quisesse se casar com Catarina que o fizesse, pois Bianca só se casaria depois que sua irmã mais velha estivesse casada.  

   Com isso, quase todos os homens desistiram, pois conheciam muito bem Catarina e sua personalidade nada agradável. Porém, dois dos pretendentes ainda queriam insistir em Bianca e fizeram um trato de arrumar um marido para Catarina e tirá-la do caminho. Assim, eles vão até Petrucchio, um homem rústico, e oferecem a mão da moça temperamental como pretendente. Como a família dela era bastante rica e Petrucchio estava querendo aumentar suas riquezas, ele aceita a proposta e vai até Pádua para tomá-la como esposa.  Enquanto isso, Lucêncio acaba trocando de lugar com Trânio, seu criado, e se passa por um professor de línguas, para aproximar-se de Bianca.  

   O primeiro contato entre Catarina e Petrucchio foi bastante bizarro, ela arremessa um objeto nele em poucos minutos de conversa, quando ele tenta beijá-la. A partir disso, o livro desenrola a história entre os personagens e o durão Petrucchio tem como missão domar a marrenta Catarina, enquanto o apaixonado Lucêncio faz de tudo para conseguir ser notado pela amável Bianca.  

   O livro é proposto como uma peça de teatro, assim, poucas descrições físicas dos personagens são realizadas e o diálogo é assíduo. O livro é um deleite, pois a história é bastante divertida e agradável, fluindo com muita rapidez e facilidade. 

   Ao final do livro, alguns questionamentos acabaram inquietando minha mente, o primeiro quanto à história de Sly que não é finalizada, o livro simplesmente acaba e me deixou curioso quanto ao desfecho. Logo depois de uma breve pesquisa na internet, descobri que, a princípio, tal desfecho existia, porém o texto acabou se perdendo com o tempo. 

   Outra situação foi quanto ao desfecho da história de Catarina, que, após passar por poucas e boas na mão de Petrucchio posteriormente ao casamento, mostra-se totalmente submissa ao homem. Isso fica claro na fala de Catarina na última página: E, quanto mais queremos ser, menos nós somos. Assim, compreendido o inútil desse orgulho, devemos colocar as mãos, humildemente, sob os pés do senhor. Para esse dever, quando meu esposo quiser, a minha mão está pronta”. 

   Esse final demonstra bastante machismo, porém, ao final nos é revelado uma ironia, quando Petrucchio exclama Estou assombrado minha senhora, está domada!” e dá a ela uma ordem de ir para a cama. Catarina obedece e diverte-se “Ah, o poder… Quanta ilusão!”. O que acabou deixando um sabor agridoce. 

Autor da resenha: Rafael Welter

Referência da imagem:  

http://www.opoderosoresumao.com/resenha-a-megera-domada-em-cordel/   

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