Resenha: Maus

Resenha: Maus


Autor: Art Spiegelman.

Ano de publicação: 1980.

Gênero: Biografia, Romance e Livro de Memórias.

   Maus foi a primeira graphic novel a vencer um prêmio Pulitzer¹, a história é dividida em dois capítulos, Parte 1: Meu pai sangra história e Parte 2: E aqui meus problemas começaram. Na primeira parte, Art Spiegelman pede para seu pai Vladek contar a história de sua vida, esta inicia em meados dos anos 30, indo desde os seus primeiros amores até a sua vivência no campo de concentração de Auschwitz. Na segunda parte, mostra a situação pós Auschwitz como prisioneiro, até o fim da guerra e encontro da sua amada.

   O que lemos é uma narrativa de Vladek desenhada por Art Spiegelman. Durante a história podemos perceber como toda a situação afetou Art, a culpa por não ter vivido o que o seu pai teve que vivenciar e o peso por toda a repercussão da primeira versão de MAUS.

   A história de Vladek é intercalada com situações no momento em que a história foi contada, na qual estão presente discussões entre Art e seu pai, lembranças nostálgicas, entre outras. 

   Para a narrativa, Art utilizou-se de antropomorfismo, colocando os judeus como ratos, os alemães como gatos, os poloneses como porcos, americanos como cães, etc. A narrativa é rica em detalhes, seja nas animações ou nas emoções da história contada.

   A biografia contada por Vladek mostra toda a ascensão nazista, começando por boatos, até os campos de concentrações. Com a leitura é possível ter noção do quanto os judeus sofreram durante o período nazista, desde as torturas psicológicas até a morte, passando por momentos de esperança, culpa, raiva, etc.

   Muitos episódios da história contada explicam características de Vladek, uma pessoa muito difícil de lidar; um muquirano de primeira, com uma organização impecável e desconfiança em tudo e todos. Conhecendo as situações que ele passou conseguimos compreender o porquê ele apresenta estas características e um pouco da sua visão de mundo. Como, por exemplo, o que ele diz a Art, quando reclama que seus amigos estão pegando no seu pé:

“AMIGOS? seus amigos?… Se trancar elas em quarto sem comida por uma semana…. aí ia ver o que é amigo!…”

   O que faz um ótimo paralelo sobre a empatia que Art tenta ter pelo seu pai, por saber tudo o que ele passou.

   Durante a história é apresentada uma outra graphic novel de Art, a qual ele fala um pouco sobre a culpa que ele sentiu com a morte de sua mãe, Anja. Quando Vladek vê a história ele queima os registros de Anja sobre a sua época em Auschwitz. 

   Esse episódio faz com que Art fique revoltado, pois queria saber mais sobre a falecida Anja, e questione Vladek sobre a sua ação, depois de diversas páginas Vladek responde:

“Com olho bom, olho de vidro, olho aberto e olho fechado, sempre estou pensando em Anja”

    O livro encerra com Vladek se encontrando com Anja, uma cena que fez todos que a presenciaram chorarem e como é dito por Vladek:

“Nós foi muito feliz, e vive feliz, feliz para sempre”.

Autor da resenha: Vinicius Andrade de Oliveira.

¹Prêmio estadunidense dado as pessoas que realizam obras de destaque na área de jornalismo, literatura e composição musical. 

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