Resenha: Ciclos de Tempo: Uma Visão Nova e Extraordinária do Universo

Resenha: Ciclos de Tempo: Uma Visão Nova e Extraordinária do Universo


Autor: Roger Penrose.

Ano de publicação: 2010.

Gênero: Científico.

   “Isso tudo soa muito doido pra mim “ – disse Tom.

   “Ah, e sim, tem outra teoria da qual eu ouvi falar recentemente…” [Priscilla]

   Ciclos de Tempo: Uma Visão Nova e Extraordinária do Universo começa com a narrativa de uma conversa entre uma mulher, Priscilla, e seu sobrinho, Tom, sobre Física. A conversa começa com Priscilla explicando o funcionamento de uma roda d’água, indo a detalhes sobre Entropia e como o Sol participa no trabalho que a roda executa. Tom vê-se intrigado com a explicação, e o assunto vai ainda mais afundo, e os dois discutem ideias que parecem se confundir em algum momento. O prólogo termina com as frases acima, dando a entender que Priscila falará sobre a proposta do autor a respeito do Universo, que começa logo em seguida.

   O livro é dividido em três partes, e estas em seções, para discutir tópicos como entropia, Relatividade Geral (de forma muito básica) e a introdução e apresentação do novo “modelo” cosmológico proposto, modelo este denominado pelo autor de Cosmologia Conformal Cíclica (CCC).

   A primeira parte constrói uma noção detalhada do que é entropia e sua importância na elaboração de um modelo cosmológico. Aborda questões de como a gravidade participa da mudança (aumento) da entropia no Universo, dando diversos exemplos e mostrando que por mais que duas situações possam parecer as mesmas, os detalhes são muito importantes. Temos como exemplo o início e fim do universo em alguns modelos, nos quais ambos descrevem situações de aglomeração de matéria e energia, e isso pode levar a algumas conclusões erradas, como a violação da Segunda Lei da Termodinâmica; o autor detalha bem essa discussão e explica as diferenças entre uma situação e outra. Esse é apenas um dos exemplos (e o mais importante para a discussão posterior) tratados no livro para explicar essa grandeza que parece ser bem complicada de entender, por vezes.

   A segunda parte é exclusiva para a origem do Universo, discutindo mais afundo sua entropia inicial, estrutura espaço-temporal e evolução. A última seção da Parte 2 apresenta o modelo cosmológico CCC. A terceira parte dedica-se à discussão a respeito do modelo, de seus pontos fortes e fracos e da comparação desse modelo com outros conhecidos dentro da Cosmologia.

   Além do insight sobre entropia, que realmente ajuda a entendê-la melhor, o livro traz conhecimento sobre alguns grandes nomes da Cosmologia, e da uma noção geral das ideias mais extravagantes (e também das mais “convencionais”) que existem nessa ciência. Quanto ao modelo proposto, basicamente é um Universo “sem fim”, com inúmeros Big Bangs ao passar dos (muitos) anos, mas não da forma usual proposta pelas hipóteses de Big Crunch, em que o Universo contrai novamente a um colapso, mas sim uma evolução de forma suave e contínua, chamando de aeon cada intervalo entre um Big Bang e um “fim”… Pode parecer estranho, mas o mecanismo explicado é de fato muito interessante, no qual todas as partículas massivas extinguir-se-ão e restarão apenas fótons e – caso existam – grávitons.

Tom olhou incrédulo à tia Priscilla, e então disse: “E essa é a ideia mais doida que eu já ouvir falar!”

   Preciso concordar contigo, Tom.

   A leitura pode ser um tanto pesada, ainda mais se o leitor não estiver habituado a um nível básico de Física e alguns assuntos sobre Relatividade Geral. Particularmente, tive dificuldades em entender diversos pontos do livro, pois demanda muita abstração e o autor não desenvolve uma explicação clara nesses pontos (como na estrutura de “cones vazados” do espaço-tempo) sobre como se deve interpretar cada elemento.

   As proposições do livro devem ser tratadas com cautela, pois, após 2010, algumas descobertas muito relevantes para a Cosmologia aconteceram, como a comprovação do campo de higgs, que da massa a determinadas partículas.

   Pode-se concluir, portanto, que a leitura exige muita atenção e – caso você não esteja habituado com os termos utilizados – pesquisa em paralelo sobre elementos que podem ficar confusos de entender. Certamente é um livro que pretendo revisar quando adquirir mais conhecimento sobre a ciência do Cosmos. Não obstante, muito aprendi, e se você se interessou pelo livro, dedique-se à leitura e certamente também muito aprenderá.

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Autor da resenha: Bruno Henrique Lisenko Ribeiro.

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