Resenha: O Homem de Giz

Resenha: O Homem de Giz


Autora: Caroline Jane Tudor.

Ano de publicação: 2018.

Gênero: Mistérios, Suspense e Romance Psicológicos.

   A história apresentada neste livro se inicia em 1986, na cidade de Anderbury, onde existia um grupo de quatro amigos (três meninos e uma menina) por volta de seus doze anos de idade. Esse grupo estava constantemente buscando algo para passar o tempo e também fugindo dos valentões que os perseguiam. Nessa época, criaram um código secreto, o qual consistia em desenhos a giz de homenzinhos rabiscados no asfalto. Entretanto, um desenho misterioso os levou até um corpo desmembrado e espalhado num bosque… É, esses acontecimentos decorrem-se logo em suas primeiras páginas, tornando a leitura deste livro cada vez mais cativante e intrigante no âmbito da descoberta do que levou a essa morte.

   Este livro é narrado em primeira pessoa por um dos personagens, o Eddie, e essa narrativa é intercalada em duas linhas temporais distintas, sendo o passado (1986) e o presente (2016). Num primeiro momento, você deve estar pensando que já viu essa história antes. Um grupo de crianças, uma cidade pequena e estranhos assassinatos, mas, não se engane, a narrativa vai além. Isso porque são apenas referências a obra de Stephen King, denominada como “It: a coisa” .

   Essa alternância de períodos se mostra bem realizada pelos elementos que a autora traz desde o começo do livro. Quando a história se passa em 1986, é perceptível que a falta de tecnologias utilizadas da época dificultou a obtenção de respostas aos acontecimentos inquietantes. E, além disso, a escassez de internet fez com que as brincadeiras dos amigos fossem totalmente diferentes das dos dias atuais.

   Durante este período, de 1986 a 2016, Eddie e seus amigos se esforçam para superar o passado. Entretanto, num certo dia, no presente, eles recebem um aviso: o desenho de um homem de giz enforcado. E, após um de seus amigos aparecer morto, Eddie percebe que precisa descobrir o que realmente aconteceu no passado.

   Devido a como são exploradas as brincadeiras e o comportamento das crianças, e como esse grupo se apresenta quando adulto (no presente), o livro nos mostra como nós seres humanos estamos em constante desenvolvimento. Isto é, geralmente, refletimos, durante a infância, o que seríamos quando crescêssemos, mas nunca conseguimos imaginar como de fato ficaríamos. E com esta obra é possível tirar um “retrato” dessa perda da inocência até a chegada da vida adulta.

   Esta resenha não traz tantos spoilers para não tirar a graça de todo o suspense que o próprio livro já aborda. Mas, é importante ressaltar alguns eventos exibidos pelo livro (vivenciados por algumas crianças do grupo), pois aqueles podem se tornar traumas ou algo mais sério. Esses estímulos experienciados pelos jovens são: abuso, violência, assassinato e bullying. A partir destes, ficam alguns questionamentos que podem ser encaixados ao conteúdo do livro e aos leitores desta resenha, que são estes: será que evoluímos durante três décadas quanto a esses problemas apresentados no livro? Será que essas crianças superaram ou vão superar tudo o que passaram?

   Para finalizar, já que este livro nos traz questionamentos sobre todos os personagens, procurando sempre encontrar a verdade do que aconteceu no passado e que chegou até o presente daquele grupo de crianças, deixo aqui uma citação que se pode levar à vida: 

“Nós achamos que queremos respostas. Mas o que realmente queremos são as respostas certas. É a natureza humana. Fazemos perguntas que, esperamos, nos tragam a verdade que queremos ouvir. O problema é que você não pode escolher suas verdades. A verdade tem o hábito de simplesmente ser a verdade. A única escolha real que você tem é acreditar ou não.”

Autor da resenha: Matheus Vieira Camargo Ramos

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