Resenha: O homem dos dados
Autor: Luke Rhinehart. Ano de publicação: 1994. No final dos anos 60, Luke Rhinehart era um prestigiado psicanalista em Nova York, morava em um bom apartamento, com janelas de frente para os vizinhos, através das quais todos tinham uma boa visão um do outro, praticava yoga nas horas vagas, lia livros sobre o budismo e brincava com a ideia de se juntar a uma comunidade hippie, mesmo nunca tendo coragem para isso. Na falta disso, ele usava calças boca de sino e barba, o que o fazia parecer mais um burguês deprimido do que verdadeiramente um hippie. Como terapeuta, ele era resolutamente não-diretivo, deixando sempre prevalecer o seu lado profissional e contendo o que ele realmente pensava sobre seus pacientes, mesmo que esses pensamentos ficassem refletindo em sua cabeça depois. Sua vida passava diante dos seus olhos calma e sem graça e Luke cada vez mais se via doente e cansado disso tudo, isso continuou até o dia em que, depois de uma noite particularmente embriagada, deitado no tapete de sua sala, ele avistou um velho e chato dado, foi nesse momento que ele teve uma ideia, uma ideia simples, mas que mudaria tudo. “Se cair um número entre 2 e 6 farei o que teria feito de qualquer maneira: levar os copos sujos para a cozinha, escovar os dentes e ir para a cama dormir com minha esposa . Por outro lado se cair o número 1 farei o que realmente sempre quis fazer”, pensou Luke. Com esse pensamento ele lançou o dado e junto, seu destino. O dado caiu em um. No mesmo instante uma série de pensamentos surgem em sua cabeça e mesmo hesitando cede a ordem do acaso, nesse momento a única e fiel personalidade de Luke Rhinehart deixa de prevalecer. Agora em todas as circunstâncias que a vida apresenta ele utiliza os dados, sempre oferecendo seis opções. A primeira é fazer o que ele sempre fez, as outras cinco são desvios de sua rotina normal que vão desde ir ao teatro com a sua esposa até promover uma fuga em massa de pacientes do manicômio. Aos poucos, Luke vai adquirindo novas personalidades e aperfeiçoando cada vez mais a sua teoria, tudo isso para se transformar no “Homem dos Dados”. A teoria tratada no livro foi desenvolvida pelo autor, cujo nome verdadeiro é George Cockcroft e que era professor de psicologia. Ele relata que desenvolveu e testou em si mesmo essa teoria, como maneira de escapar das características que não lhe agradavam em seu caráter. Autor da resenha: Ricardo Gonzatto Rodrigues.