Resenha de: “A história de Fernão Capelo Gaivota”

Resenha de: “A história de Fernão Capelo Gaivota”

Título: A história de Fernão Capelo Gaivota

Autor: Richard Bach

Ano de publicação: 1970

Gênero: Romance

Resenha:

   “Jonathan Livingston Seagull — a story” ou “A história de Fernão Capelo Gaivota” é um romance publicado em 1970 pelo autor norte-americano Richard Bach, que possui como personagem protagonista, uma gaivota que viaja no espaço-tempo.

   O enredo começa a se desenrolar expressando a lástima que a gaivota Fernão sente por sua revoada, que vive, aos olhos dele, uma vida medíocre, limitada e material, tendo como principal e único intuito, disputar as sobras de peixe deixadas pelos barcos perto da costa. Fernão não compartilha do mesmo pensamento que seu bando, possuindo um amor atípico pela beleza do voo enquanto seu bando usa o voo exclusivamente como um meio de alcançar comida.

   Treinando diariamente, Fernão alcança voos mais rápidos e mais belos enquanto seus irmãos pelejam pelos miúdos. Devido a isto, Fernão é frequentemente confrontado e julgado pelo seu bando, até mesmo os seus pais manifestam desapontamento sobre a paixão de Fernão, aconselhando a ele, agir como as outras gaivotas e se desprender deste estilo de vida inconveniente.

   A constante falta de conformismo com a limitada vida de seu bando leva Fernão a ser diversas vezes confrontado pelas gaivotas mais velhas e visto como transtorno para o grupo, por consequência, isto o leva eventualmente a ser expulso de seu bando devido a sua desobediente percepção de vida. E então banido por toda sua vida e prometido a ser  infeliz e solitário longe do bando, Fernão parte para além das montanhas.

   Fernão passa então o restante de sua vida fazendo o que sempre amou, sem restrições ou empecilhos, refinando assim seu voo e cada aspecto de suas habilidades aéreas, aprendendo a acompanhar os ventos continentais e a planar às brisas marítimas. Seu voo ia tão alto quanto as montanhas mais altas, mais rápido que qualquer outra gaivota tenha sequer sonhado em ser e então os aspectos pragmáticos de sua vida, como a alimentação, se adequaram ao seu estilo de vida, fazendo o contrário de que seus irmãos faziam, moldando suas vidas em torno de se alimentar enquanto deixavam de lado suas paixões.

   O restante da história de Fernão é narrado após a sua morte em que ele se encontra em outra realidade, um plano paralelo, no qual ele aprende a manipular a realidade do tempo sendo ensinado agora, por outras gaivotas que, como ele, também sacrificaram sua vida no bando pelo amor ao voo. A partir daí, o enredo adota um panorama não só metafórico, mas também espiritual e utópico, a história agora se apresenta de forma a mostrar como ele alcançou a felicidade e o crescimento de sua percepção da vida e tudo o que aprendeu neste plano paralelo. Análogo à famosa alegoria da caverna do filósofo Platão, Fernão perdoa seu bando e assume como meta pessoal, voltar a seus irmãos e apresentar a eles a verdade que ele agora consegue enxergar, ensinando eles a voar.

   “É a tarefa do iluminado não só ascender ao conhecimento e ver o bem, mas também a estar disposto a descer outra vez aos prisioneiros que só veem as sombras, e com eles dividir a aflição e as honras que eles possuem, independente de terem merecido ou não. Tarefa esta, que dever ser feita mesmo com o prospecto da morte.”

 – Platão, Alegoria da caverna

Autor e apresentador da resenha: Matheus H. Przygocki.

Imagem retirada de: https://www.amazon.com.br/Historia-Fernao-Capelo-Gaivota/dp/B005KNK7EG/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&keywords=A+hist%C3%B3ria+de+Fern%C3%A3o+Capelo+Gaivota&qid=1581584148&s=books&sr=1-1

4 Comentários

  • Parabéns Matheus. Gostei muito da tua resenha. Esse foi um dos primeiros livros que eu li aos 12 anos e mudou a trajetória da minha vida.

    Penha Heloiza de Oliveira Responder
  • Otima resenha . Li o livro depois de adulta e levo a história pra vida.

    Denise Responder
  • Parabéns pela síntese do livro, já li várias vezes mas não havia identificado sobre o final do livro, se ele morreu e fez um regresso, tipo na crenças espíritas de retornar para ensinar sei bando, posso compreender que o livro se divide em duas partes, desenvolvimento na vida e continua se desenvolvendo após a porte. Isso já é ficção.

    Rosalina Ribeiro Sutherland Responder
  • Este é um dos livros que leio há uns vinte anos consecutivo, uma ou duas vezes ao ano, é o meu livro de “cabeceira”. Gostei da resenha, pois muitas pessoas que leram o livro, não entendem bem o final! Parabéns, Matheus gostei de sua sinopse!

    Beto Montenegro Responder

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