
A Boa Mentira
Você já imaginou viver em uma cidade onde um serial killer está à solta? Ou até mesmo em um lugar onde não se pode confiar em ninguém, até mesmo em você? E quando tudo parece estar resolvido, acontecem reviravoltas e o que você acreditava que era verdade, são apenas invenções de pessoas que você pensava que estavam lá para te ajudar? Quando pensamos nisso, parece uma ideia assustadora, não é mesmo? A Boa Mentira, da autora Alessandra R. Torres, é um thriller psicológico intenso que prende o leitor desde a primeira página. A história se passa na Califórnia e gira em torno do “Bloody Heart Killer” chamado de BHK (ou assassino do coração sangrento em português), que tem seu modus operandi particularmente assustador: ele ataca jovens estudantes e os tortura antes de matá-los, decepando seus dedos mínimos e desenhando um coração – com uma faca – em seu peito. A protagonista Gwen Moore é uma renomada psiquiatra que atende apenas pessoas com tendências violentas e assassinas. Um de seus pacientes é John Abbott, um farmacêutico conhecido na cidade, que em todas as suas consultas disserta sobre uma maneira diferente em que pretende matar a esposa, já que acredita que a mesma tem um caso com o seu vizinho. Na noite em que Gwen decide ir a um bar para esquecer de seu dia cansativo, ela conhece o advogado Robert Kavin. Mais tarde a protagonista descobre que ele é pai de uma das vítimas do BHK, Gabe Kavin, que infelizmente não teve a mesma sorte de Scott Harden – um estudante que supostamente conseguiu fugir do assassino. Assim que fugiu, Scott Harden acusa um professor de sua escola de ser o culpado: Randall Thompson, o suspeito perfeito. A mídia e a polícia acreditam que o caso está resolvido, já que o professor havia sido preso, mas algumas inconsistências na história começam a surgir. Thompson jura inocência e seu advogado, Robert, acredita no mesmo. Para ele, não faz sentido um professor de ensino médio ser capaz de fazer algo tão cruel com seus próprios alunos. Partindo disso, a protagonista começa a investigar com mais afinco todo o caso, e descobre que não pode confiar nem mesmo em sua sombra. A trama gira em torno da investigação desse serial killer. Gwen acredita conhecer Robert, mas percebe que não conhece nem mesmo seus próprios pacientes. À medida que a história avança, segredos perturbadores são revelados, e a busca pela verdade se transforma em um jogo psicológico perigoso. O leitor é constantemente levado a questionar quem realmente está mentindo – e qual é a boa mentira que sustenta toda a trama. Com reviravoltas inteligentes, personagens instigantes e uma narrativa tensa, esse livro é um prato cheio para fãs de suspense psicológico no estilo dos livros Garota Exemplar e A Paciente Silenciosa. A Boa Mentira desafia o leitor a juntar as peças de um mistério cheio de nuances. Com personagens intrigantes e muitas questões a serem resolvidas, o livro é uma ótima escolha para fãs de suspense e mistério. Autora da resenha: Ana Julia Maximowski.