Lynn Ann Conway (1938 – )
As dificuldades na vida da nova-yorkina Lynn Ann Conway, nascida no dia 2 de janeiro de 1938, não tardaram a aparecer. Em sua infância, foi reprimida por seus pais após identificar que nascera uma menina em um corpo de um menino. Aos seus 20 anos, enquanto graduava-se em Física no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Lynn decidiu mudar essa realidade, realizando o seu primeiro procedimento cirúrgico de transição de gênero. Infelizmente, além de não ser concluído com sucesso, também culminou na desistência momentânea de seus estudos universitários [1][2].
Após concluí-los em 1963, na Universidade de Columbia, uniu-se à equipe de arquitetura de computadores da IBM Research que buscava revolucionar essas máquinas. Mesmo sendo protagonista para que esse sonho se realizasse, Lynn, que desenvolveu uma lógica computacional para processadores de alto desempenho, acabou sendo demitida pela empresa, após descobrirem sua recente cirurgia de transição de gênero.
As consequências, oriundas de uma sociedade homofóbica e preconceituosa, dessa ação, tão pouco se restringiram ao ambiente de seu trabalho, pois, após realizar sua cirurgia com o Dr. Harry Benjamin, Lynn perdeu o direito legal, de se quer ver, suas duas filhas. Em suma, sua vida, e todas suas conquistas, foram desmerecidas e ridicularizadas, por aqueles em quem confiava, apenas por ser quem realmente era [2].
Mesmo com todo esse preconceito eivando sua vida, Lynn não se deixou abater, adquiriu um novo nome e identidade social e, na década de 70, dois anos após reconhecer-se socialmente como uma mulher transgênera, iniciou pesquisas na área de sistemas computacionais, ao integrar-se na equipe da Xerox PARC. Esses estudos culminaram no desenvolvimento dos sistemas VLSI, uma das suas maiores contribuições à ciência, afinal, integrar bilhões de transistores em uma placa de silício, é um feito digno para eternizar seu nome na história [1] [3].
Seu mais que merecido reconhecimento não tardou a aparecer, sendo convocada para lecionar na Universidade de Michigan, MIT e no Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Mesmos as injustiças que lhe ocorreram foram reveladas nesses anos, pois investigações desenterraram suas pesquisas e estudos do IBM, dando-lhe coragem para expor as ações dessa empresa ao mundo, a qual, em 2020, retratou-se formalmente em público, enviando um pedido de desculpas formal à Lynn [1] [2].
Ao fim da década de 90, Lynn não mais dedicava-se exclusivamente ao trabalho e ao novo casamento, começando a atuar ativamente nos combates na busca dos direitos dos transgêneros, como descrito em seu [4]. Local esse destinado, como diz a autora, a todos que sentem dúvidas e dificuldades sobre a transição de gênero ou, medos e inseguranças causados pela repressão daqueles que os rodeiam. Nesse (site), essas pessoas poderão, além de conhecer a história dessa mulher, perceber que não estão sozinhos, tão pouco desamparados, nessa luta por serem quem realmente são [2] [4].
Autor : Gabriel Vincius Mufatto.
Referencias:
[1] Medida. P, C; Souza. P, L. Lynn Ann Conway: Uma Pioneira em Segredo que TRANSformou sonhos em realidade. Disponível em: http://horizontes.sbc.org.br . Acessado em: 25 mar. 2023.
[2] Introducing Lynn Conway, Prof. of Electrical Engineering & Computer Science Emerita, University of Michigan, Ann Arbor. Disponível em: https://ai.eecs.umich.edu. Acessado em: 25 mar.2023
[3] Lynn Conway. Disponível em: https://pt.wikipedia.org. Acessado em: 25 mar. 2023
[4] CONWAY, Lynn. Lynn Conway‘s Webpage. Disponível em: https://ai.eecs.umich.edu/people/conway/. Acesso em: 25 mar. 2023