Johanna Dobereiner (1924 – 2000) – a cientista que revolucionou a agricultura brasileira.
Naturalizada brasileira, Johanna Dobereiner nasceu em Aussig, Tchecoslováquia, seu pai era um físico-químico e sua língua materna era o alemão. Logo após a Segunda Guerra Mundial, sua família foi perseguida por conta do idioma alemão e, então, Johanna foi morar com seus avós na Alemanha Oriental [1]. Com o falecimento de seus avós, ela se mudou para Bavária, onde começou seu curso em Agronomia na Universidade de Munique, lugar em que conheceu seu marido Jürgen, se casando em 1950 [1,2]. No mesmo ano de seu casamento, Johanna emigrou para o Brasil e começou a trabalhar no Laboratório de Microbiologia de Solos do antigo DNPEA (Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuária, do Ministério da Agricultura). Foi, então, que, em 1956, Dobereiner se tornou oficialmente cidadã brasileira e, logo em seguida (1957), foi pesquisadora assistente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) [2]. Durante suas pesquisas, Johanna provou que na sojicultura no Brasil era possível utilizar algumas bactérias fixadoras de nitrogênio. Dessa forma, dispensava-se o adubo mineral, que é caro e extremamente nocivo para o meio ambiente. Para a implantação dessa descoberta, houve muita resistência, pois o Brasil tinha como referência os EUA, que abusava da adubação nitrogenada [2,3]. No entanto, com o programa brasileiro de melhoramento da soja, encabeçado pela cientista, o Brasil pôde competir com êxito no mercado internacional e chegou a ser o segundo maior produtor de soja do mundo. Ao decorrer de sua vida, Johanna continuou seus estudos que levaram à descoberta de nove espécies de bactérias associadas a gramíneas, cereais e tuberculosas [1,3]. Em 1995, Dobereiner se tornou sócia honorária da SBCS (Sociedade Brasileira de Ciência do Solo) e, em 1997, foi indicada para o Prêmio Nobel de Química, por conta de suas pesquisas. Porém, segundo amigos da cientista, a sua maior satisfação era ter contribuído para a adoção de práticas mais sustentáveis na agricultura, sendo que a mesma continuou realizando pesquisas até a sua morte, no ano de 2000 [2,4]. Autora: Rafaela Choqueti de Meira. Referências: [1] DESCONHECIDO, A. Johanna Döbereiner. Disponível em: https://www.embrapa.br/memoria-embrapa/personagens/johanna-dobereiner. Acesso em: 22/02/2022. [2] SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO. Johanna Döbereiner. Disponível em: https://www.sbcs.org.br/a-sbcs/socios-honorarios/johanna_dobereiner/. Acesso em: 22/02/2022. [3] COELHO, M. O legado de Johanna Döberiner. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/o-legado-de-johanna-dobereiner/. Acesso em: 22/02/2022. [4] FRANÇA, V. Johanna Liesbeth Kubelka Döberiner – A Pesquisadora que Revolucionou a Agricultura. Disponível em: http://usp.br/cienciaweb/2019/10/johanna-liesbeth-kubelka-dobereiner-a-pesquisadora-que-revolucionou-a-agricultura/. Acesso em: 22/02/2022.
