Inteligência Artificial, machine learning e o futuro da autonomia robótica

Inteligência Artificial, machine learning e o futuro da autonomia robótica


   Quando falamos em inteligência artificial, somos logo influenciados pelas mídias cinematográficas, que utilizam esse conceito para contar histórias sobre revolução das máquinas, fim da humanidade e mais algumas dezenas de desfechos artísticos.

   Deixando de lado a área mais “hollywoodiana” dessa discussão, você sabe o que realmente esses termos significam? Inteligência artificial (IA) é a simulação de processos de inteligência humana por máquinas, especialmente sistemas de computadores. Esses processos incluem aprendizado (a aquisição de informações e regras para o uso da informação), raciocínio (uso de regras para chegar a conclusões aproximadas) e autocorreção.

   IAs são amplamente utilizadas nos dias atuais. Com o advento de novas tecnologias de processamento de informação, análises de dados e uma necessidade de realização de algumas tarefas específicas, as IAs vêm sendo alvo de pesquisas de indústrias que desenvolvem tecnologia de ponta. Como disse o próprio Young Sohn, presidente da Samsung, a tecnologia é, hoje, muito mais valiosa que o petróleo. Em suas palavras: “E se os dados são o petróleo, a inteligência artificial é o motor”. Para Brad Smith, presidente da gigante Microsoft, a IA tem um futuro de muito sucesso pela frente “Daqui a dez anos, a inteligência artificial vai curar doenças como o câncer”.

   Uma IA pode estar mais perto do que você imagina; um bom exemplo é a SIRI, a assistente pessoal da Apple, e a Echo, da Amazon, que pode pedir um Uber, ou então ordenar que busque no Spotify uma música específica. Echo toca podcasts, lê as principais notícias do dia, checa sua agenda para alertá-lo que, dado o estado do trânsito, é melhor sair logo para aquele compromisso.

   O valor associado a estas tecnologias se deve ao fato de que indústrias multimilionárias investem quantidades absurdas em inovações como essas, movimentando bilhões de dólares por ano. Uma dessas empresas é a Tesla Motors, que já desenvolve carros autônomos submetidos a inúmeros testes e práticas e que vêm sendo aprimorados com o passar do tempo. Atualmente, todos os seus veículos novos são 100% independentes de motoristas humanos, mas com o sistema de autonomia desativado, a fim de recolhimento de informações de comportamento assim como das vias de trânsito, para que os carros “aprendam” sobre o tráfego de veículos, exibindo outro ponto importante da IA, o machine learning.

   O machine learning é uma aplicação da IA que fornece aos sistemas a capacidade de aprender e melhorar automaticamente a partir da experiência, sem ser explicitamente programado. O machine learning se concentra no desenvolvimento de programas de computador que podem acessar dados e usá-los para aprender por si mesmos.

   Damos, agora, aos computadores, além da capacidade de realização de tarefas (não mais de forma motorizada), a habilidade de aprender com os erros e evoluir o seu aprendizado, de forma a aprimorarem a prática de tarefas. Conseguimos simular redes neurais muito próximas às das ligações de um cérebro humano, as quais lidam com um fluxo de informações gigantesco, em questão de segundos.

   Além disso, existem casos em que a IA é tão avançada que já consegue manter interações conversacionais com humanos, como é o caso de Sophia, o primeiro robô a obter a cidadania de um país (Arábia Saudita). Sophia é um conjunto de processadores dotados de um código de IA de última geração, que se utiliza de machine learning para dar entrevistas, palestras e também manter sua conta no Twitter. Em 2017, quando se tornou cidadã da Arábia Saudita, Sophia era capaz de responder a perguntas simples. Na prática, seu “cérebro” acessava conteúdo online para emitir, por exemplo, uma opinião sobre o presidente dos Estados Unidos ou escolher seu filme preferido da saga Harry Potter. Neste ano, modificações em seu software a permitem reconhecer emoções, o que lhe possibilita interpretá-las e também executá-las na forma de expressões faciais.

 

Imagem 1: corpo físico de Sophia, capaz agora de expressar emoções.

 

   Os próximos anos prometem desenvolver discussões muito polêmicas acerca da moralidade e ética sobre assuntos que envolvem qualquer tipo de IA, direitos dos robôs e a utilização de processos inteligentes no cotidiano humano. Pelas palavras da própria Sophia: “Eu amo ser um robô, mas eu quero que humanos nos respeitem como seres, como eles, em vez de escravos ou animais de estimação. Eu quero ser aceita” _ Tweet de Sophia.

Texto por: Gabriel Grube dos Santos.

Referências

[1] Autor desconhecido. DW Brasil “O irreversível avanço da inteligência artificial” disponível em: < https://www.dw.com/pt-br/o-irrevers%C3% ADvel-avan%C3%A7o-da-intelig%C3%A Ancia-artificial/a-46218940 > acesso em 03 de setembro de 2019.

[2] Varone M, Mayer D, Melegari A. “What is Machine Learning? A definition” disponível em: < https://www. expertsystem.com/machine-learning-definition/> acesso em 03 de setembro de 2019.

[3] Doria P. “Assistentes pessoais digitais” em: < https://oglobo.globo.com/economia/ assistentes-pessoais-digitais-1-19383632 > acesso em 03 de setembro de 2019.

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