Automobilismo no espaço
Movido pelas populares corridas de carroça e pelo desenvolvimento dos primeiros carros a gasolina, surge o automobilismo. A primeira competição do gênero foi realizada em 1887, em Paris, apenas um ano após a invenção do automóvel por Carl Benz e Gottlieb Daimler, e as primeiras provas foram disputadas entre cidades. Em 1894, foi realizada na França a primeira corrida entre Paris e Rouen, organizada pelo jornal parisiense Le Petit Journal; na época foi chamada de Concours des Voitures sans Chevaux (Competição de Carros sem Cavalos). Cento e dois carros inscreveram-se para percorrer o trajeto de 126 quilômetros, mas somente 26 ficaram prontos a tempo e destes, cinco não passaram nos treinos. Setenta e sete anos após a primeira corrida automobilística em Terra, o homem decide levar ao espaço consigo um “carro”. Na manhã de 26 de julho de 1971, o foguete Saturn V foi lançado com os astronautas e o equipamento da missão Apollo 15. Na bagagem, a maior quantidade de equipamentos de pesquisa científica já levados pelas missões tripuladas à Lua. Curiosamente, no “porta – malas” do Saturn V ainda ia o primeiro carro a chegar ao nosso satélite natural. O Lunar Roving Vehicle (LRV), que era movido a eletricidade, foi o modelo Apollo 15 que acompanhou a missão de mesmo nome em 1971. O veículo permitiu aos astronautas das missões Apollo dirigir nas redondezas do local de pouso do módulo lunar, para realizar observações geológicas e coletar amostras de rochas e de solo. O LRV podia alcançar a velocidade máxima de 16 km/h, mas o astronauta Eugene Cernan disse ter registrado uma velocidade de 18 km/h, ou seja, um recorde lunar. Além disso, o mesmo podia enfrentar inclinações de até 25 graus. O veículo tinha 3,1 m de comprimento, tomando por base as suas rodas, 2,3 m de largura e 1,14 m de altura. Em sua primeira jornada na missão Apollo 15, fez um deslocamento de 27 km. Nas últimas três missões da NASA à Lua, os astronautas dirigiram o mesmo modelo para se locomover com mais facilidade e coletar amostras. Há 36 anos, na última vez que o homem foi à Lua, o “jipão” andou 36 km. Porém, quando os astronautas pisarem novamente na Lua, vão ter um apoio especial. Dois novos modelos estão sendo projetados para facilitar a exploração da superfície lunar. O veículo modular robótico, criado pela equipe do engenheiro Lucien Junkin, tem autonomia para um passeio de até oito horas, mas, como será aberto, os astronautas vão precisar de trajes espaciais pressurizados para usá-lo, como o modelo LVR. Outro modelo é o veículo multimissão de exploração espacial, cuja autonomia para explorar a Lua é de duas semanas, sem precisar voltar para a nave ou para alguma outra base. O superjipe foi projetado para duas pessoas passarem até duas semanas vivendo na cabine. É uma versão supertecnológica de um trailer, como explica o engenheiro Bill. Para ficar tanto tempo dentro do carro lunar, algumas coisas são fundamentais: cama, são duas, montáveis; tem espaço para comida, banheiro e uma cortina para dar alguma privacidade. Um pouco de conforto para quem terá pela frente os desafios do espaço. Os futuros passos da humanidade contarão com a ajuda de 12 rodas. A NASA faz treinos duas vezes por semana. Estuda cada movimento do carro e eventuais falhas, para que nada saia errado no projeto Constellation, que prevê a volta de astronautas americanos à Lua daqui a 11 anos. Mas voltando a indagar a questão do automobilismo espacial: será um dia isso possível?! Bem, da forma com que as coisas estão prosseguindo, como os planos para a colonização da Lua e até de Marte, em um futuro não muito distante entraremos em contato com essa nova realidade. E lembre-se, os primeiros carros espaciais já estão se posicionando na linha de largada. Texto por: Bruno Belin Dal Santos. Referências: [1]. Ribeiro G, J. O primeiro carro a andar na Lua. Disponível em:<https://curiosomundo.com.br/o-primeiro-carro-a-andar-na-lua/>. Data de acesso: 18/07/2019. [2]. Desconhecido. Conheça o jipe de exploração lunar da Nasa. Disponível em:<http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1235357-17082,00-CONHECA+O+JIPE+DE+EXPLORACAO+LUNAR+DA+NASA.html>. Data de acesso: 18/07/2019. [3]. Floresti, F. Colonização da Lua e de Marte. Disponível em:<https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2018/01/finalmente-temos-tecnologia-para-pensar-em-colonizar-um-corpo-celeste.html> Data de acesso: 18/07/2019.