Estoicismo: a filosofia da serenidade

Estoicismo: a filosofia da serenidade


Figura 1: Escultura de Marco Aurélio, antigo Imperador Romano e seguidor da doutrina estoica[1]

   O Estoicismo foi uma escola de filosofia fundada na Grécia Antiga, há aproximadamente 300 anos antes de Cristo, por Zenão, um rico mercador da cidade de Cítio, no Chipre. Zenão foi parar em Atenas após perder tudo o que tinha em um naufrágio. Ali, o até então mercador, se deparou, principalmente,  com as filosofias de Sócrates, Platão e Aristóteles, que o levou a perceber que existia um mundo não material que estava mais dentro de seus controles do que o mundo que levava como mercador. Assim, passou a viver de forma mais simples e fundou sua própria escola filosófica, o Estoicismo [1 ].

   A escola estoica surgiu durante um momento de crise da Política da Antiga República Grega. Portanto, sentindo-se desamparadas pelo poder público, as pessoas começaram a buscar formas de fortalecer o indivíduo, focando sua atenção nos aspectos da moral, de seus próprios comportamentos e de suas atitudes. Ou seja, no agir de forma correta e virtuosa, preocupando-se apenas com o que está ao seu alcance, com o objetivo de encontrar a felicidade e viver com serenidade [2].

   Entre seus principais seguidores ao longo dos tempos, está Marco Aurélio, Imperador Romano que governou entre 161 e 180 e é tido como um dos mais sábios dirigentes políticos da antiguidade. Marco Aurélio deixou várias reflexões que fez durante a vida, em seu diário, o qual foi publicado postumamente com o título Meditações. Entre elas, está a de que “se você está sofrendo por coisas externas, não são elas que estão te perturbando, mas o seu próprio julgamento sobre elas. E está em seu poder anular este julgamento agora.” [2,3,4].

   Outro filósofo importante na doutrina estoica foi Epicteto (55 d.C. – 135 d.C.), que viveu parte da sua vida como escravo. Epicteto, de maneira semelhante a Marco Aurélio, disse que “o que perturba a mente dos homens não são os eventos, mas os seus julgamentos sobre os eventos.”  [2,5].

   Não é à toa que a filosofia estoica sobreviveu fortemente até os dias atuais. Esse tipo de pensamento pode ser muito bem empregado no cotidiano de qualquer pessoa. Como já foi citado, segundo o estoicismo, devemos nos preocupar apenas com aquilo que está ao nosso alcance, que podemos controlar, que são as nossas próprias emoções. No entanto, é indispensável que tais emoções passem pelo crivo da razão, pois isso garantirá um julgamento mais realista do mundo. Já questões como, por exemplo, a morte ou o que as outras pessoas pensam de nós, são coisas que não estão ao nosso alcance e, portanto, dispensam nossa atenção.

   Finalizo esse texto com uma breve, porém profunda reflexão de Epicteto: 

“Se devo morrer, morrerei quando chegar a hora. Como, ao que me parece, ainda não é a hora, vou comer porque estou com fome.”[1]

Texto por: Felipe Leria Stefenon.

Referências:   

[1]BBC. Estoicismo, a filosofia de 2 mil anos cada vez mais usada como receita para sobreviver ao caos. 2018. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-46458304>. Acesso em: 02 jul. 2019.

[2]NUVEM D’CHUVA, Canal . Estoicismo – A Filosofia da Resiliência e Serenidade Inabaláveis. 2018. Material em vídeo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=8xHb-58mRXc>. Acesso em: 02 jul. 2019.

[3]FILOSOFIA ESOTÉRICA, Site . Marco Aurélio, o Imperador-Filósofo. Disponível em: <https://www.filosofiaesoterica.com/marco-aurelio-o-imperador-filosofo/>. Acesso em: 02 jul. 2019.

[4]PENSADOR, Site . Pensamentos do Imperador Marco Aurélio. Disponível em: <https://www.pensador.com/pensamentos_do_imperador_marco_aurelio/>. Acesso em: 02 jul. 2019.

[5]SUA PESQUISA, Site . Epicteto. Disponível em: <https://www.suapesquisa.com/quemfoi/epicteto.htm>. Acesso em: 02 jul. 2019.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *