Andrew Wiles (1953~)
Andrew Wiles, nascido em Cambridge, no dia 11 de Abril de 1953 é um matemático britânico, professor na Universidade de Princeton, em Nova Jersey. É conhecido por ter demonstrado, com a colaboração de Richard Lawrence Taylor, o Último Teorema de Fermat (UTF), em 1994. Começamos a falar sobre Wiles em 1971, onde ingressou no Merton College, em Oxford, graduando-se como bacharel em 1974. Em seguida, ingressou no Clare College, em Cambridge, para estudar em seu doutorado. A sua área de pesquisa foi a teoria dos números, o campo da Matemática que investiga as propriedades dos números. Wiles dedicou-se a estudar às curvas elípticas, um tipo de equação que inicialmente foi estudada no contexto da medição do comprimento das órbitas planetárias (Ph.D., 1980). De 1977 a 1980, Wiles foi pesquisador júnior no Clare College, Cambridge e também professor-assistente do matemático Benjamin Peirce na Universidade de Harvard. Em 1980, ele recebeu seu doutorado, em seguida, passou um tempo no Sonderforschungsbereich Theoretische Mathematik na cidade de Bonn, Alemanha. Ele retornou aos Estados Unidos perto do final de 1981 para assumir um posto no Instituto de Estudos Avançados de Princeton, em Nova Jersey. Ele foi nomeado professor em Princeton no ano seguinte e, também durante 1982, ele passou um tempo como professor visitante em Paris. Wiles recebeu uma bolsa Guggenheim que lhe permitiu visitar o Institut des Hautes Études Scientifique em Paris e também a École Normale Supérieure em Paris entre 1985 e 1986. Em 1988, Wiles foi para a Universidade de Oxford, onde passou dois anos como professor da Royal Society Research. Enquanto em Oxford ele foi eleito, em 1989, um membro da Royal Society. Em 1963, quando era um menino de dez anos de idade que vivia em Cambridge, Inglaterra, Wiles encontrou um exemplar de um livro sobre o Último Teorema de Fermat na sua biblioteca local. Ficou fascinado pelo problema – de que não há solução em inteiros positivos para a equação xn + yn = zn, quando n é maior que 2 – algo que era fácil de compreender, mas que permanecera sem solução por trezentos anos. “Desde aquele momento, eu sabia que jamais desistiria dele,” disse. “Eu precisava solucioná-lo.” Wiles trabalhou em vários problemas pendentes na teoria dos números: as conjecturas de Birch e Swinnerton-Dyer, a principal conjectura da teoria de Iwasawa e a conjectura de Shimura-Taniyama-Weil. Durante os primeiros anos da carreira acadêmica de Wiles, nem ele nem ninguém estava ativamente a tentar resolver o Último Teorema de Fermat, já que o problema era largamente considerado demasiado difícil e até mesmo insolúvel. O ponto de viragem veio em 1986, quando foi mostrado que o problema tricentenário poderia ser reformulado usando a matemática das curvas elípticas e as formas modulares. Foi uma espantosa ironia do destino que as duas disciplinas nas quais Wiles se especializara tornaram-se precisamente as áreas necessárias para enfrentar o Último Teorema de Fermat com ferramentas modernas. Ele decidiu voltar ao problema que tanto o fascinara como criança. “O desafio foi irresistível,” disse. Depois de sete anos de estudos intensos e secretos, Wiles acreditou que tinha uma prova. Decidiu ir a público durante uma série de conferências de um seminário em Cambridge, Inglaterra, sem anunciá-lo de antemão. O título da sua conferência, Formas modulares, curvas elípticas e representações galoisianas, não revelou nada, embora corresse um boato na comunidade matemática e duzentas pessoas tivessem lotado a sala de conferências para ouvi-lo. Assim que escreveu o teorema como conclusão da conferência, a sala irrompeu em aplausos. Mais tarde naquele ano, porém, um árbitro que conferiu os detalhes da sua demonstração encontrou um erro. Foi devastador para Wiles contemplar a ideia de que de fato não havia solucionado o Último Teorema de Fermat. Ele meteu mãos à obra para tentar corrigir o problema, recrutando um de seus ex-alunos, Richard Taylor, para ajudá-lo com a tarefa. Depois de um ano de trabalho, Wiles encontrou uma maneira de corrigir o erro. “Eu tive essa revelação incrível,” emocionado Wiles contou a um documentário da BBC. “Foi o momento mais importante da minha vida profissional.” Seu trabalho “Curvas Elípticas Modulares e o Último Teorema de Fermat” foi publicado no Annals of Mathematics 141: 3 (1995), pp. 443–551, acompanhado de um artigo adicional necessário, “Propriedades Teóricas do Anel de Certas Algebras de Hecke”, co-autoria com Taylor. A partir de 1995, Wiles começou a receber muitas honrarias por esse excelente trabalho. Ele recebeu o Prêmio Schock de Matemática da Academia Real de Ciências da Suécia e o Prix Fermat da Universidade Paul Sabatier. Em 1996, ele recebeu mais prêmios, incluindo o Wolf Prize e foi eleito como membro estrangeiro para a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, recebendo seu prêmio de matemática. Além dos prêmios mencionados acima, Wiles continuou recebendo muitas honrarias por seu excelente trabalho. Em 1998, não sendo elegível para a concessão de uma medalha Fields, alegando que ele tinha mais de quarenta anos de idade, a União Internacional de Matemática presenteou-o com uma placa de prata no Congresso Internacional de Matemáticos realizado naquele ano em Berlim. Ele deu uma palestra no congresso que atraiu um público de mais de 2300 pessoas. No mesmo ano de 1998, ele recebeu o Prêmio Rei Faisal e no ano seguinte recebeu o Prêmio Clay Research. Ele recebeu o prêmio do Clay Mathematics Institute em 10 de maio de 1999 em Cambridge, Massachusetts: “… por seu papel no desenvolvimento da teoria dos números.” Em 2000, Andrew Wiles tornou-se “Sir Andrew Wiles” quando foi nomeado Cavaleiro Comandante da Ordem do Império Britânico pela Rainha. Ele recebeu o Prêmio Pitágoras em Crotone, Itália, em 2004 e, no ano seguinte, Wiles recebeu o Prêmio Shaw. Wiles estava em Princeton entre 1982 e 2010, exceto por breves períodos de licença. Em 2010, retornou a Oxford como Professor Investigador da Sociedade Real e tornou-se professor emérito na Universidade de Princeton, Nova Jersey em 2012. O seu endereço no Instituto de Matemática é o Edifício Andrew Wiles, que foi inaugurado em 2013 e batizado em sua homenagem. Em 2016 Sir Andrew Wiles recebeu o Prêmio Abel e a Medalha Copley em 2017. Texto por: Bruno Belin dal Santos. Referências: [1]. Desconhecido. Andrew Wiles. Disponível em: https://docente.ifrn.edu.br/robsonsousa/notaveis-da-matematica/andrew-wiles Data de acesso: 23/04/2019. [2]. JJ O’Connor e EF Robertson. Andrew John Wiles. Disponível em: http://www-history.mcs.st-andrews.ac.uk/Biographies/Wiles.html Data de acesso: 23/04/2019. [3]. Goriely, Alain. Andrew Wiles. Disponível em:http://www.abelprize.no/binfil/download.php?tid=67045 Data de acesso: 24/04/2019. [4]. Os editores da Enciclopédia Britânica. Andrew Wiles. Disponível em:https://www.britannica.com/biography/Andrew-Wiles Data de acesso: 23/04/2019.