Efeito Forer e a Pseudociência
O efeito de Forer, também conhecido como efeito de Barnum, está relacionado ao fato de que as pessoas são suscetíveis a aceitar descrições gerais aplicadas sobre elas mesmas. O psicólogo Bertram R. Forer determinou a partir de um estudo, que as pessoas tendem a aceitar descrições de personalidades vagas e generalizadas sem identificar que a mesma descrição poderia se encaixar em praticamente qualquer outra pessoa. Forer chegou a essa conclusão a partir de um experimento aplicado dentro da sala de aula. Ele deu aos seus alunos um teste de personalidade para que respondessem e o entregassem logo em seguida. O psicólogo, sem ler as respostas de seus alunos, entregou a eles a seguinte avaliação de seus testes de personalidade: “Você tem uma necessidade de outras pessoas gostarem e admirarem você e, ainda assim, você tende a criticar a si mesmo. […] Algumas vezes, você tem sérias dúvidas sobre se você fez a decisão certa ou a coisa certa. […] Além disso, você ainda se orgulha por ser um pensador independente, e não aceita afirmações de outros sem que eles provem. […] Algumas vezes, é extrovertido, afável e sociável, enquanto, outras vezes, é introvertido, cauteloso e reservado. […]” Após entregar este texto, pediu para que os estudantes analisassem tal descrição com uma nota de “0” a “5”. A nota “4” significava boa e a nota “5” significava excelente. Este teste foi feito em 1948 e a média da nota da turma foi de 4,26. Para resumir, Bertram convenceu os seus alunos que poderia ler suas características com sucesso. O efeito Forer está, em partes, fortemente ligado ao fato de as pessoas acreditarem na pseudociência. Pseudociências como a astrologia, misticismos quânticos, homeopatia, grafologia etc., são exemplos que parecem funcionar muito bem, mas que, como explica o efeito Forer, não fazem nada além de dar descrições gerais e trazem apenas informações das quais o que nós queremos ler ou ouvir. Como disse Michael Shermer: “Não evoluímos para duvidar ou ter visão crítica. […]. Crer é mais fácil. ”, ou seja, é da natureza do ser humano crer naquilo que é mais simples ou mais intuitivo, porém isso não é uma lei, temos a ciência e o método científico que nos ajudam a lidar com as incertezas, os pensamentos contra intuitivos e com ideias falsificáveis. Deve-se tomar cuidado com os conhecimentos que absorvemos, afinal, a pseudociência pode parecer atrativa, mas ela apenas distorce os fatos. Texto por: Matheus Meoquior da Fonseca. Referências: [1] O que é Pseudociência?. Brasil: Canal do Pirula, 2018. Son., color. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_olYYmL7WHA>. Acesso em: 17 mar. 2019 [2] Dicionário do Cético. Efeito Forer (também conhecido como efeito P.T. Barnum e validação subjetiva). 2004. Disponível em: <http://brazil.skepdic.com/forer.html>. Acesso em: 18 mar. 2019. [3] BRITO, Josikwylkson Costa. Efeito Forer, o principal responsável pela crença em pseudociências. 2014. Disponível em: <https://universoracionalista.org/efeito-forer-principal-responsavel-pela-crenca-em-pseudociencias/>. Acesso em: 18 mar. 2019. [4] RODRIGUES, Rafael. Pseudociência: o que é que não pode ser considerado ciência?. 2014. Disponível em: <https://universoracionalista.org/pseudociencia-o-que-e-que-nao-pode-ser-considerado-ciencia/>. Acesso em: 18 mar. 2019. [5] ÉPOCA. Michel Shermer: As pessoas gostam de ser enganadas. 2012. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2012/01/michael-shermer-pessoas-gostam-de-ser-enganadas.html>. Acesso em: 22 mar. 2019.
