Tardígrado: duro de matar

Tardígrado: duro de matar


   Os tardígrados – popularmente conhecidos como “ursos d’água” – foram descobertos pelo pastor Johann August Ephraim Goeze, em 1773, sendo categorizados somente 3 anos depois, na Itália, por Lazzaro Spallanzani. Esses animais são microscópicos, com tamanho do 0,05 a 1,25mm de comprimento. Têm corpos cilíndricos, com 8 patas, com 4 a 8 garras em cada, dependendo da espécie. Sua pigmentação pode ser bastante chamativa, podendo ser do laranja avermelhado ao verde oliva. Existem cerca de 800 espécies nomeadas, e milhares ainda a serem. Os tardígrados não possuem nem sistema circulatório nem respiratório; sendo assim, os pequeninos realizam suas trocas gasosas pelas partes de seu corpo.

   O que mais impressiona neles é a sua resistência a extremos abióticos que a maioria das outras formas de vida pluricelular não suportaria: sobrevivem bem entre –271°C (quase zero absoluto) e 150°C, suportando pressões de cerca de 7000 bars (6900atm) e o próprio vácuo do espaço. Os tardígrados também têm uma alta resistência a radiação, suportando 57 vezes mais energia do que seria necessário para incinerar um ser humano.

   Toda essa imortalidade é devida à sua habilidade de entrar no estado criptobiótico e à capacidade de produção de uma proteína específica. Essa proteína, descoberta por um grupo de pesquisas da Universidade de Tóquio, foi batizada de DSUP; esta envolve o DNA do tardígrado, protegendo-o principalmente de radiação. A DSUP foi inserida em células humanas para testes, e verificou-se uma resistência adicional significativa a raios-X.

   A pesquisa em Tóquio mostrou que os tardígrados são mais resistentes aos raios-x do que as células humanas com DSUP, ou seja, “tardígrados têm outros truques na manga, que ainda temos de identificar”, concluiu o Professor Matthew Cobb, da Universidade de Manchester.

   Com um maior desenvolvimento, acredita-se que o gene da DSUP torne mais seguro o armazenamento e transporte de células humanas (fica à imaginação do leitor o que isso traria de relevante). O Professor Takekazu, autor do estudo, disse esperar que mais pesquisadores juntem-se à “comunidade tardígrada”, por acreditar haver ali “um monte de tesouros”.

Texto por: Bruno Lisenko Ribeiro.

Referências:

HypeVerde. Conhecendo os Tardígrados. Disponível em: <http://www.hypeverde.com.br/conhecendo-os-tardigrados/>. Acesso em: 18 out 2018.

BBC News Brasil. Cientistas descobrem o segredo do animal mais resistente do mundo. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-37437946>. Acesso em: 18 out 2018.

R7 Jornal Ciência. Tardígrado, o animal mais resistente do planeta. Disponível em: <http://www.jornalciencia.com/tardigrado-o-animal-mais-resistente-do-planeta/>. Acesso em: 18 out 2018.

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