Prêmio Nobel em Física – 2018
Arthur Ashkin, Gérad Mourou, Donna Strickland; Fonte: Site Nobel Prize.
Nobel em Física do ano de 2018 laureou “invenções inovadoras no campo da física laser” com metade do prêmio sendo entregue a Arthur Ashkin, pela sua invenção das “pinças ópticas e sua aplicação ao sistema biológico” e, a outra metade sendo recebida conjuntamente por Gérard Mourou e Donna Strickland pelo método de “geração de pulsos ópticos ultra-curtos de alta intensidade”, recebendo ambos 1 quarto do prêmio.
Em 1986, o americano Ashkin decidiu combinar fenômenos que observou em experimentos feitos ao longo dos anos, que eram pressão de radiação de um feixe laser com o gradiente de intensidade e o foco de uma lente para criar uma pinça óptica, um instrumento capaz de aprisionar um objeto microscópico, como partículas, átomos, vírus e células vivas em um ponto no espaço tridimensional. No ano de 1987 ele conseguiu apanhar bactérias vivas sem danificá-las. Desde então, as pinças ópticas já foram utilizadas para estudar as propriedades físicas do sistema biológico como as proteínas das membranas celulares e o DNA. Arthur Ashkin, aos 96 anos, se tornou o mais velho ganhador de um Nobel, ultrapassando o também americano Leonid Hurwicz que tinha 90 anos ao receber o prêmio Nobel em economia de 2007.
Em 1985, um ano antes da invenção das pinças ópticas de Ashkin, o francês Gérard Mourou trabalhava incansavelmente com sua aluna canadense de doutorado, Donna Strickland em uma nova técnica para produzir pulsos de laser curtos de alta intensidade, afim de contornar o problema que existia quando a potência de um laser ultrapassava os gigawatts, onde a radiação começava a destruir o material amplificador. Criaram então a amplificação de pulso chilreado (chirped pulse amplification ou CPA), técnica que permite criar pulsos laser com duração de femtosegundos e com potência da ordem de terawatts e, assim possibilitando inúmeras aplicações na indústria e medicina. Donna Strickland se tornou a terceira mulher a ganhar o Nobel em Física, que foi concedido a Marie Curie em 1903 e Maria Goeppert-Mayer em 1963. Segundo Strickland “Temos que reconhecer as mulheres físicas, e suponho que de agora em diante haverá mais de nós ganhando este prêmio. E eu me sinto honrada por ser uma delas”.
O ano de 2018 ficará eternamente gravado na história como o ano em que o laser se tornou notícia no mundo inteiro, pois apesar de parecer um instrumento trivial se mostrou muito importante para a humanidade e o avanço científico.
Texto por: Sanderson Carlos Ribeiro.
Referências:
NOBELPRIZE.ORG. The Nobel Prize in Physics 2018. Disponível em: < https://www.nobelprize.org/prizes/physics/2018/summary/>. Acesso em: 27 de março de 2019.
SBF. Nobel de Física 2018 celebra tecnologias laser revolucionárias. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/v1/home/index.php/pt/destaque-em-fisica/793-nobel-de-fisica-18-celebra-tecnologias-laser-revolucionarias>. Acesso em: 27 de março de 2019.
ANSEDE, Manuel; DOMÍNGUEZ, Nuño. Nobel de Física de 2018 vai para as “ferramentas feitas de luz”. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/02/ciencia/1538468398_951048.html>. Acesso em: 27 de março de 2019.
