The Dark Side Of The Rainbow

The Dark Side Of The Rainbow

Imagem 1: Imagem meramente ilustrativa sobre a união das duas obras.

O mágico de Oz é um filme lançado em 1939, que teve a direção de Victor Fleming, Mervyn LeRoy, King Vidor, Norman Taurog e George Cukor. Inspirado no livro infantil de L. Frank Baum conta a história de Dorothy, uma garota que acaba caindo em um lugar mágico chamado Oz, após sua casa ser levada por um tornado. Ela encontra novos amigos, como o espantalho, o homem de lata e o leão, todos procurando algo que precisam, como um cérebro, um coração e coragem e, no caso da Dorothy, um meio de retornar para sua casa junto de seu cãozinho Totó. O filme possui muitas mensagens cativantes para seus expectadores, porém existe uma teoria um tanto quanto excepcional, que liga o filme com o icônico álbum “The Dark Side Of The Moon”, lançado em 1973, da banda britânica de rock Pink Floyd.

“The Dark Side Of The Rainbow” ou “The Dark Side Of The Oz” é o nome dado a teoria que liga ambas as obras e, a ligação está no fato de que há diversos momentos em que uma obra sincroniza com a outra, através das letras das músicas ou de correspondências audiovisuais. Os cortes e viradas de cenas, as entradas e saídas dos personagens, a tensão ou os momentos de calma durante o filme combinam de forma quase perfeita com as melodias e letras das canções do álbum de um jeito muito intrigante, que ninguém sabe explicar, até porque os membros da banda, que fizeram parte da criação e gravação do álbum, negam que tenha sido proposital. Em entrevista, David Gilmour, um dos membros, se pronunciou quanto à essa misteriosa teoria dizendo: “algum cara com muito tempo livre teve essa ideia de combinar as duas obras “.

A origem desta teoria é outra coisa misteriosa em toda essa história. Ela começou a se espalhar em meados de 1990, através dos famosos fóruns de internet e, ganhou mais destaque através de um artigo na versão impressa do The Fort Wayne Journal Gazette. Vários fãs começaram a descrever suas experiências com relação a sincronização das obras e um DJ, chamado George Taylor Morris acabou discutindo a teoria em sua rádio, que era muito popular em Boston (EUA). A partir de então a teoria alcançou o mundo inteiro e canais de Tv começaram a disponibilizar que seus expectadores assistissem o filme com a faixa de aúdio opcional de “The Dark Side Of The Moon”.

E as semelhanças entre a banda e o filme não param por aí. Alguns estudiosos sugerem que outros discos da banda, como “Meddle” (1971), “Wish You Were Here” (1975) e “Pulse” (1995), também foram baseados em cenas de “O Mágico de Oz”. E se forem analisados corretamente, você poderá enxergar realmente tais semelhanças.

Existe ainda a hipótese dessa teoria ter sido criada apenas para aumentar a popularidade do álbum do Pink Floyd, sendo este atualmente o disco de rock mais vendido da história, com mais de 50 milhões de cópias. Porém essa hipótese se torna inválida, visto que o conteúdo musical do álbum provavelmente não necessitaria de uma jogada de marketing dessas para ser um dos mais vendidos.

Para você ter uma noção, os fãs conseguiram achar mais de 100 conexões entre as obras, incluindo quando o disco é repetido para se encaixar com o resto do filme. As que valem ser ressaltadas estão listadas a seguir, então se você conseguiu uma cópia original do álbum (ou o relançamento de 1994) e obviamente uma do filme “O Mágico de Oz” (deve ser a versão em que o leão da MGM é em preto e branco), inicie o filme e deixando este no mudo, comece a tocar o disco quando o leão da abertura der seu terceiro rugido. E a partir de então, aprecie a sincronia entre ambas as obras que tanto encantaram o mundo. Você pode ainda ver o filme editado com o áudio do disco no youtube, se não conseguir esses itens indispensáveis. Alguns pontos de sincronia entre o disco e o filme são:

-04min03s: O verso “balanced on the biggest wave” da música “Breathe” é cantado no momento em que Dorothy está se equilibrando na cerca e a música “On The Run”, com seu início tenso, começa EXATAMENTE quando ela cai.

-07m50s: A cena de Dorothy cantando “Over The Rainbow” é cortada justamente no momento em que se inicia a música “Time”, com os relógios fazendo ela supostamente despertar de seu sonho de um lugar bonito. E, ainda, os repiques e sinos da música além de mudarem o clima da cena fazem parecer que o som vem da bicicleta da velha avarenta.

-11min05s: Ainda na música “Time”, quando a canção diz “ninguém lhe disse quando correr”, a cena do filme mostra Dorothy fugindo de casa com o seu cãozinho Totó.

-15m50s: Quando o tornado se inicia, o disco toca “The Great Gig In The Sky” (O Grande Espetáculo No Céu, em tradução livre), e a bateria começa a tocar quando aumenta o estrago do tornado.

-19min32s: Quando Dorothy chega a Terra de Oz, a música “Money” se inicia. Essa é a primeira cena colorida em todo o filme, e “Money” é a primeira faixa do lado B do vinil. A estrada de tijolos amarelos pode fazer referência a ouro/riqueza.

-37min26s: Dorothy encontra o Espantalho e, enquanto ele dança, os versos iniciais da música “Brain Damage” (“dano cerebral”) repetem a frase “o lunático está na grama”.

-42min38s: No final da canção “Eclipse”, é possível ouvir batimentos cardíacos – neste momento, Dorothy põe os ouvidos no peito do Homem de Lata para descobrir que ele não possuía coração.

Ainda existem outras evidências de ligação entre o disco e o filme, como as mensagens que ambos passam, que é a ideia de descobrir algo dentro de si ainda não explorado (daí o nome do álbum “lado escuro da Lua”, representando também o fato dos personagens terem descoberto aquilo que queriam num lugar dentro de si). E o tão famoso prisma, na capa do álbum faz com que a luz entre branca e saía colorida e, na contracapa, faz com que a luz entre colorida e saía branca, que simboliza a mudança de cor do filme, que começa em preto e branco, tornando-se colorido e, terminando em preto e branco.

Imagem 2: Capa e Contracapa do disco “The Dark Side Of The Moon”.

Enfim, essa sincronia entre “Dark Side Of The Moon” e “O Mágico de Oz” de 1959 acabou se tornando um dos maiores mistérios do mundo do entretenimento. Porém uma coisa é certa, sincronizando ou não, ambas as obras se tornaram icônicas para uma geração de admiradores da música e do cinema.

Texto por: Sanderson Carlos Ribeiro

Referências:

JANUÁRIO, João Paulo. É verdade que se colocar o Álbum “The Dark Side Of The Moon” junto com filme “O Mágico de Oz” o filme corresponderá à música? Disponível em: <http://www.muitointeressante.com.br/pq/e-verdade-que-se-colocar-o-album-the-dark-side-of-the-moon-junto-com-filme-o-magico-de-oz-o-filme-correspondera-a-musica>. Acesso em: 27 ago. 2018.

SOBANSKI, Saulo. O álbum The Dark Side of The Moon sincroniza com O Mágico de Oz? Disponível em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-album-the-dark-side-of-the-moon-sincroniza-mesmo-com-o-magico-de-oz/>. Acesso em: 27 ago. 2018.

ASSUMPÇÃO, João Carlos. MÚSICA. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq140612.htm>. Acesso em: 28 ago. 2018.

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