César Lattes (1924 – 2005)
Cesare Mansueto Giulio Lattes, mais conhecido como César Lattes nasceu em Curitiba-PR, 11 de julho de 1924, e morreu em Campinas-SP, 8 de março de 2005, foi um físico brasileiro, co-descobridor do Méson Pi, descoberta que levou o Prêmio Nobel de Física de 1950, concedido a Cecil Frank Powell. Fez os seus primeiros estudos em sua cidade natal e depois em São Paulo, vindo a graduar-se na Universidade de São Paulo, formando-se em 1943, em Matemática e Física. Lattes é um dos físicos brasileiros mais ilustres e honrados e seu trabalho foi fundamental para o desenvolvimento da Física atômica. Ele também foi um grande líder científico da Física brasileira e foi uma das principais personalidades por trás da criação do importante Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ele figura como um dos poucos brasileiros na Biographical Encyclopedia of Science and Technology de Isaac Asimov, como também na Encyclopedia Britannica. Embora fosse o principal pesquisador e primeiro autor do artigo que descreve o méson pi, apenas Cecil Powell foi agraciado com o Prêmio Nobel de Física em 1950 por “seu desenvolvimento do método fotográfico de estudo dos processos nucleares e suas descobertas em relação mésons feito com este método”. No dia 24 de maio de 1947, o mundo foi informado de que, ao contrário do que aprendemos na escola, a composição do átomo não se resume a nêutrons, prótons e elétrons. A prestigiada revista Nature anunciou a descoberta e a comprovação da existência da partícula subatômica méson pi, responsável pela ligação das partículas nucleares, e sem a qual tudo o que chamamos de matéria não poderia existir. Por trás da pesquisa, decisiva para a exploração do átomo e favorita ao Nobel de Física desde o momento em que foi divulgada, estava o brasileiro César Lattes. Ele tinha 22 anos. O prêmio não veio. E menos de um ano após descobrir o méson pi, Lattes chacoalhou a ciência novamente ao reproduzi-lo artificialmente. Dessa vez o experimento levou o Nobel, mas quem ficou com a honraria foi o americano Cecil Powell, que era chefe do brasileiro e não tinha participado diretamente das pesquisas. Ninguém entendeu. “Deixa isso pra lá, prêmios grandiosos não ajudam a ciência”, dizia. Autor: Alan Cristian. Referências: AZEVEDO, D. Prêmio Nobel: Foi Quase. Disponível em: <http://super.abril.com.br/ciencia/premio-nobel-foi-quase/>. Acesso em: 28 maio 2017.