Chuva de Outros Mundos

Chuva de Outros Mundos

Imagem de destaque: Em planetas como Netuno e Urano chove diamante devido a alta pressão exercida sobre os átomos de carbono. Créditos da imagem: GREG STEWART/SLAC NATIONAL ACCELERATOR LABORATORY

 

Você conhece aquela expressão popular “só quando chover canivetes”? Não é tão impossível quanto parece. Para nós o significado de chuva é a precipitação de água (H2O) no estado líquido sobre a superfície da Terra. Mas em outros astros ocorre a precipitação de outras substâncias, as mais curiosas possíveis.

Figura 1. Chuvas de diferentes mundos.
Figura 1. Chuvas de diferentes mundos.

Vênus

A temperatura na superfície de Vênus é cerca de 500°C, e a pressão atmosférica lá é 90 vezes maior que a da Terra. Sendo composta por dióxido de carbono, nitrogênio e outros gases em menor quantidade, como dióxido de enxofre, argônio, monóxido de carbono, vapor de água, hélio e neônio. Conhecida como “Chuva Infernal”, no nosso planeta vizinho chove ácido sulfúrico. Ele é produzido nas partes mais altas da atmosfera de Vênus, através de uma reação fotoquímica entre CO2 (dióxido de carbono), SO2 (dióxido de enxofre) e vapor d’água. A luz ultra violeta do Sol dissocia o dióxido de carbono em monóxido de carbono e oxigênio atômico. O oxigênio atômico reage com o dióxido de enxofre, resultando em trióxido de enxofre (SO3), quando o trióxido  de enxofre reage com o vapor d’água (H2O), teremos então ácido sulfúrico (H2SO4). Essa chuva não chega ao solo, evapora ainda no céu Venusiano.

HD 189733-b

No exoplaneta HD 189733-b chove vidro derretido. Ele está a 63 anos-luz da Terra e orbita em torno da estrela HD 189733 A. Para obter o vidro nesse estado é necessária uma temperatura muito alta. Nesse caso a temperatura média do planeta é aproximadamente 1000°C. A presença de partículas de silicato nas nuvens submetidas a essa temperatura forma “gotas de vidro”. O exoplaneta tem aproximadamente o tamanho de Júpiter e foi descoberto em 2005.

Figura 2. Impressão artística de HD 189733 b. Em 2011, descobriu-se que ele era azul, usando um processo chamado polarimetria. Fonte: http://meteoropole.com.br/2013/11/chuvas-em-diferentes-lugares-do-universo/
Figura 2. Impressão artística de HD 189733 b. Em 2011, descobriu-se que ele era azul, usando um processo chamado polarimetria. Fonte: http://meteoropole.com.br/2013/11/chuvas-em-diferentes-lugares-do-universo/

A Chuva de Diamantes

Em Urano e Netuno chove diamantes, o que tem despertado o interesse por esses planetas, porém não é por avanço cientifico e sim por questões financeiras. Pesquisadores da Nasa estão quebrando a cabeça para viabilizar uma viagem espacial até Netuno, segundo eles em uma nave convencional a viagem levaria 30 anos. A pressão da atmosfera do planeta é tão grande que quando exercida sobre átomos de carbono se formam diamantes. Outros estudos mostraram que na superfície desses planetas é cheio de diamante, havendo a possibilidade de oceanos do material na forma líquida. Eles descobriram que ele obtém a forma líquida sob uma pressão de 40 milhões de vezes maios que da atmosfera da Terra. Tais condições ocorrem nesses planetas.

O Planeta de Ferro

Outro exoplaneta chamado OGLE-TR-56b chove átomos de ferro. Ele está distante cerca de 4800 anos luz do nosso Sistema Solar. Orbita em torno da estrela OGLE-TR-56. Ele está tão próximo de sua estrela que seu ano dura apenas 29 horas terrestres.

Chuva de gás Natural em Titã

Em Titã (Lua de Saturno) têm oceanos de metano. O ciclo dos hidrocarbonetos em Titã é parecido com o ciclo da água na Terra, porém com suas singularidades. Nesse ciclo o metano é gasoso na atmosfera, combinando com compostos orgânicos mais complexos, condensando-se e caindo sob a forma de chuva, dando origem a lagos e outros corpos líquidos na superfície. Porém os lagos não explicam como ocorre a reposição do metano. Titã tem formas misteriosas para a reposição desse elemento, talvez o criovulcanismo. O metano líquido ocorre sob uma temperatura de -170°C. O criovulcanismo, e através desse processo, a presença de água nesse “mundo”, faz-se acreditar que Titã é um forte candidato a exobiologia.

Texto por: Layara Baltokoski Boch

Referências:

Disponível em: http://hypescience.com/a-neve-de-venus-e-bem-diferente-do-que-voce-imagina/. Acesso em 21 de outubro de 2015.

Disponível em: http://meteoropole.com.br/2013/11/chuvas-em-diferentes-lugares-do-universo/. Acesso em 21 de outubro de 2015.

Disponível em: http://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/a-curiosa-chuva-de-diamantes-em-urano-e-netuno.html. Acesso em 21 de outubro de 2015.

Disponível em: http://www.astropt.org/2014/01/24/chuvas-e-nevascas-dos-outros-mundos/. Acesso em 23 de outubro de 2015.

Disponível em: http://confinsdouniverso.blogspot.com.br/2013/09/a-chuva-em-diferentes-mundos.html. Acesso em 25 de outubro de 2015.

Disponível em: http://meteoropole.com.br/2013/11/chuvas-em-diferentes-lugares-do-universo/. Acesso em 25 de outubro de 2015.

Disponível em: http://alfanumericus.blogspot.com.br/2013/09/esta-chovendo-o-que.html. Acesso em 25 de outubro de 2015.

Disponível em: http://www.portaldoastronomo.org/noticia.php?id=141. Acesso em 25 de outubro de 2015

Fonte da imagem de destaque: GREG STEWART/SLAC NATIONAL ACCELERATOR LABORATORY.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *