Agosto Dourado: O Mês da Amamentação

Agosto Dourado: O Mês da Amamentação

   Agosto é um mês especial para a saúde infantil. Mundialmente conhecido como Agosto Dourado, é o mês que simboliza a luta pelo incentivo à amamentação. A cor dourada foi escolhida para representar o leite materno, considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o alimento padrão ouro para os bebês.

   O leite materno é mais do que um alimento; é um elixir da vida. Ele é um líquido com uma dinâmica que se adapta às necessidades do bebê a cada fase do seu desenvolvimento. Nos primeiros dias após o parto, a mãe produz o colostro, um líquido amarelado e espesso, rico em proteínas e anticorpos que funcionam como a primeira vacina do recém-nascido, protegendo-o contra infecções [1, 2].

   À medida que o bebê cresce, a composição do leite se ajusta. Nos primeiros seis meses, ele é o único alimento de que o bebê precisa, fornecendo todos os nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais, gorduras e proteínas, em proporções perfeitas para o crescimento e desenvolvimento saudável [1, 3].

    Além de nutrir, o leite materno é um escudo protetor. Ele é rico em anticorpos que protegem o bebê contra infecções respiratórias, diarreias, alergias e outras doenças. A Sociedade Brasileira de Pediatria destaca que o aleitamento materno é a base da vida e contribui para a redução de doenças na infância e na vida adulta [3, 4].

Os Benefícios para a Mãe

    A amamentação não beneficia apenas o bebê. Para a mãe, o ato de amamentar é fundamental para a sua recuperação pós-parto. A sucção do bebê estimula a liberação do hormônio ocitocina, que ajuda o útero a voltar ao seu tamanho normal mais rapidamente e reduz o risco de hemorragia.

    A longo prazo, a amamentação diminui o risco de a mulher desenvolver câncer de mama, de ovário e osteoporose. O ato de amamentar também ajuda a mãe a recuperar o peso anterior à gestação, pois a produção de leite queima calorias extras [2].

Os Desafios da Amamentação

    Apesar dos inúmeros benefícios, a amamentação pode ser desafiadora. Muitas mães enfrentam dificuldades no início, como a pega incorreta, fissuras nos mamilos e a sensação de que não produzem leite suficiente. É nesse momento que a informação e o apoio são cruciais.

Desafios comuns e como superá-los:

  • Pega incorreta: A pega é a forma como o bebê abocanha a mama. Uma pega incorreta pode causar dor e fissuras nos mamilos. A solução é buscar a ajuda de um profissional de saúde, como um consultor de lactação, para corrigir a posição do bebê [4, 5].
  • Sensação de pouco leite: É um dos medos mais comuns, mas, na maioria das vezes, é infundado. A produção de leite é um processo de oferta e demanda. Quanto mais o bebê mama, mais leite a mãe produz [2, 4].

O Papel de Todos Nós no Agosto Dourado

   O Agosto Dourado nos lembra que a amamentação é uma responsabilidade de todos, não apenas da mãe. Para que a amamentação seja bem-sucedida, a mulher precisa de apoio e informação.

   Apoio da família: O parceiro, pais, avós, amigos e familiares têm um papel fundamental. Oferecer apoio emocional e prático é crucial. Isso inclui ajudar nas tarefas da casa e cuidar do bebê por um tempo para que a mãe possa descansar [5].

   Empregadores que apoiam a amamentação investem em colaboradores mais saudáveis e engajados. A criação de salas de amamentação e a adoção de políticas que permitem à mulher extrair o leite de forma confortável e em horários flexíveis são essenciais [1].

   Apoio da sociedade: Profissionais de saúde, como pediatras, enfermeiros e  consultores de lactação, são fontes valiosas de informação. Eles podem desmistificar a amamentação e ajudar as mães a superarem as dificuldades comuns [5].

   O Agosto Dourado é a nossa oportunidade de reforçar essa mensagem e garantir que toda mãe que deseja amamentar receba o suporte que precisa. Ao apoiar a amamentação, estamos investindo no futuro, contribuindo para a construção de uma geração mais saudável, forte e bem nutrida.

Autor: Matheus Bonassoli

Referências:

  1. BRASIL. Ministério da Saúde. Amamentação. [S. l.], 2025. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/campanhas-da-saude/2025/amamentacao. Acesso em: 7 ago. 2025.
  2. BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar. Brasília, DF, 2009. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_nutricao_aleitamento_alimentacao.pdf. Acesso em: 7 ago. 2025.
  3. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Aleitamento materno: a base da vida. [S. l.], 2018. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/21162c-DCAmamentacao-_A_base_da_vida.pdf. Acesso em: 7 ago. 2025.
  4. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Guia prático de amamentação. [S. l.], 2024. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/24585d-GPRATICO-GuiaPratico_de_AM-Atualizacao.pdf. Acesso em: 7 ago. 2025.
  5. FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente. Postagem: Aleitamento Materno Exclusivo até os Seis Meses: o Papel dos Profissionais de Saúde. Rio de Janeiro, 2021. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-crianca/aleitamento-materno-exclusivo-ate-os-seis-meses-o-papel-dos-profissionais-de-saude/. Acesso em: 7 ago. 2025.

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