Luis Walter Alvarez (1911 – 1988)
Luis Walter Alvarez foi um eminente físico norte-americano, laureado com o Prêmio Nobel em Física – 1968 por suas contribuições revolucionárias à física de partículas. Entre suas maiores conquistas estão a descoberta de diversas partículas de ressonância — estados excitados de partículas subatômicas, formados temporariamente durante colisões de alta energia. Esses estados logo decaem em partículas mais estáveis, como prótons ou mésons. Além de seus trabalhos na física de partículas, Alvarez exerceu influência significativa em outras vertentes da ciência e da tecnologia [1]. Formado em física pela Universidade de Chicago (Bacharelado, 1932; Mestrado, 1934; Doutorado, 1936), Alvarez iniciou sua trajetória profissional no Laboratório de Radiação da Universidade da Califórnia, Berkeley, em 1936, onde se tornou professor em 1945 e professor emérito em 1978. Nos primórdios de sua carreira, realizou descobertas notáveis, como o fenômeno da captura eletrônica por núcleos atômicos em 1938, no qual um núcleo atômico captura um elétron de uma das camadas mais internas (ou orbitais) do átomo. Este elétron se combina com um próton no núcleo, formando um nêutron. Como resultado, o número atômico do elemento diminui em uma unidade, enquanto sua massa permanece inalterada. Em colaboração com Felix Bloch, em 1939, foi o primeiro a quantificar o momento magnético do nêutron, uma propriedade intrínseca relacionada à força e à direção do campo magnético dessa partícula [1, 2]. Durante a Segunda Guerra Mundial, Alvarez desempenhou um papel crucial no desenvolvimento de tecnologias militares, trabalhando no aprimoramento de radares no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) (1940-1943). Participou ativamente do Projeto Manhattan no Laboratório de Los Alamos (1944-1945), onde teve um papel fundamental no projeto dos detonadores para a bomba atômica de plutônio. Ademais, propôs a técnica de implosão para detonar esse tipo de bomba. Paralelamente, desenvolveu diversos sistemas de radar, incluindo um sistema de pouso controlado por solo e tecnologias de bombardeio aéreo de alta precisão, que se mostraram valiosos tanto em operações militares quanto civis [1, 2]. Após a guerra, Alvarez prosseguiu em sua trajetória inovadora, projetando e construindo o primeiro acelerador linear de prótons em Berkeley, concluído em 1947. Esse acelerador, que utilizava campos elétricos em cavidades ressonantes para acelerar prótons, representou um marco significativo no desenvolvimento de tecnologias de aceleração de partículas. Posteriormente, foi pioneiro no emprego da câmara de bolhas de hidrogênio líquido, uma ferramenta indispensável para a detecção de partículas subatômicas e suas interações. Seus trabalhos com a câmara de bolhas culminaram na descoberta de mais de 70 partículas elementares, exigindo uma revisão das teorias nucleares da época [1]. Além de suas contribuições à física experimental, Alvarez desempenhou um papel inovador na ciência interdisciplinar. No início da década de 1980, em colaboração com seu filho, o geólogo Walter Alvarez, formulou a teoria do impacto de um asteroide como causa da extinção dos dinossauros. A identificação de uma camada global de argila rica em irídio, datada de aproximadamente 65 milhões de anos, serviu como evidência de um grande impacto extraterrestre. Embora inicialmente controversa, a teoria foi gradualmente aceita e se tornou a explicação mais plausível para o evento que extinguiu os dinossauros e diversas outras formas de vida [2]. O legado de Luis Walter Alvarez é vasto e abrangente, englobando desde suas contribuições à física de partículas até suas inovações tecnológicas durante a guerra e suas colaborações em pesquisas interdisciplinares. Seu trabalho influenciou inúmeras áreas da ciência e seu impacto perdura até os dias atuais. Autor: Vinicius Przygocki. Referências [1] LUIS W. ALVAREZ, Física.net, disponível em: <https://fisica.net/biografias/em-13-06-luis-w-alvarez/>. acesso em: 4 out. 2024. [2] Luis Alvarez – Biographical. NobelPrize.org. Nobel Prize Outreach AB 2024. disponível em:<https://www.nobelprize.org/prizes/physics/1968/alvarez/biographical/>. acesso em: 6 out. 2024.