Terapia Gênica

   As doenças genéticas representam um grupo de milhares de condições que ocorrem devido ao mau funcionamento dos genes, podendo ser hereditárias ou resultar de mutações adquiridas ao longo da vida. É precisamente nessas circunstâncias que a terapia gênica surge como uma opção promissora de tratamento, uma vez que muitas dessas condições podem evoluir para quadros graves, como a Síndrome de Down e o câncer [1,2].

   O tratamento baseado na terapia gênica utiliza técnicas germinativas e somáticas. Na terapia gênica germinativa, o tratamento envolve a modificação dos genes nas células reprodutivas, como óvulos, espermatozóides ou embriões em estágios iniciais de desenvolvimento. Quando um gene com defeito é  identificado, um novo gene é inserido nas células germinativas, estimulando a recombinação do DNA. Essa abordagem não apenas corrige o problema no indivíduo, mas também previne que futuras gerações herdem a mutação genética [3].

   Na técnica somática, o tratamento segue uma lógica semelhante, mas com uma diferença fundamental: as alterações são feitas em células somáticas (as que formam tecidos e órgãos), e as mudanças não são transmitidas à próxima geração, estendendo-se apenas ao indivíduo tratado. Essa técnica é considerada mais segura e menos controversa do ponto de vista ético, já que as modificações genéticas ficam restritas ao paciente [3].

   Entretanto, a terapia gênica ainda está em desenvolvimento e sua aplicação continua sendo experimental. O processo de implementação é extremamente complexo, tanto por questões éticas quanto por limitações tecnológicas [4].

   A segurança dessa terapia ainda não foi amplamente testada, o que dificulta sua aceitação e disseminação como tratamento comum. Isso representa um obstáculo à sua popularização, apesar do potencial de seus benefícios [5].

   Embora a terapia gênica tenha avançado consideravelmente, é fundamental considerar que reações adversas e efeitos colaterais como sintomas característicos de uma gripe ainda são um risco. Esses desafios evidenciam que esse tratamento não esteja amplamente disponível para a população em geral, especialmente em contextos fora de centros de pesquisa de ponta.

   Ainda assim, as perspectivas para o futuro da terapia gênica são promissoras. Com o avanço das pesquisas e a melhoria das técnicas de edição genética, espera-se que esse campo se expanda para outras áreas, incluindo o tratamento do envelhecimento.

   A terapia gênica tem o potencial de corrigir defeitos celulares que levam ao declínio funcional relacionado à idade, abordando aspectos do envelhecimento celular e promovendo uma maior qualidade de vida. Essa possibilidade expande o escopo da terapia gênica, indo além do tratamento de doenças hereditárias e abrindo caminho para uma possível reversão do envelhecimento, ou pelo menos para o seu retardamento [5].

   Assim, a terapia gênica representa uma instigante fronteira da medicina moderna, proporcionando grande expectativa de melhora na saúde mundial e qualidade de vida. Embora os desafios ainda sejam muitos, a terapia gênica oferece a promessa de transformar o tratamento de doenças genéticas e, potencialmente, combater os efeitos do envelhecimento, marcando uma revolução na forma como encaramos a medicina e o futuro da saúde mundial.

Autor: Sérgio Nunes de Oliveira Netto.

Referências:

[1] SciELO – Scientific Electronic Library Online, “Terapia gênica,  o que é, o que não é, e o que será”, Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/nmhVC8mrYSr9v68gRYRsPBS/. Acesso em: 27/09/2024.

[2] Mendelics, “ Doenças genéticas, o que são e diagnóstico”, Disponível em https://blog.mendelics.com.br/guia-sobre-doencas-geneticas/. Acesso em: 27/09/2024

[3] Mundoeducacao, “Terapia gênica”, Disponível em: https://mundoeducacao.uolDoenças genéticas: o que são e . Acesso em: 27/09/2024.

[4] SciELO – Scientific Electronic Library Online, “Terapia gênica: avanços, desafios e perspectivas”, Disponível em: https://www.scielo.br/j/eins/a/cPw3g6fGY8srqk5hs83dDKR/?lang=pt#:~:text=Na%20terapia%20g%C3%AAnica%20de%20linhagem,e%20passam%20para%20gera%C3%A7%C3%B5es%20subsequentes. Acesso em: 27/09/2024.

[5] Pfizer – “Terapia gênica”, Disponível em: https://www.pfizer.com.br/sua-saude/doencas-raras/terapia-genica.

Acesso em : 27/09/2024.