Pascal (da série Os Pensadores)

Pascal (da série Os Pensadores)

Autor: Mme Périer

Ano da edição: 2005

Gênero: Biografia

   O livro se divide em duas partes: a primeira fala da vida e obra de Blaise Pascal; a segunda aborda seus pensamentos, que foram escritos e guardados ao longo de sua vida. A publicação e edição foi realizada por sua irmã, Mme Périer, após sua a morte. Na primeira parte, Mme Périer retrata a vida de seu irmão com entusiasmo, destacando seu talento, perceptível desde que começou a falar, justamente pelas perguntas que fazia sobre a natureza. Pascal demonstrava grande interesse pela natureza, em especial, sobre como ela funcionava; quando foi apresentado à matemática e como ela descrevia o mundo ao seu, ficou claro para Pascal o que faria em sua vida.

   Sua educação foi conduzida por seu pai, que possuía grande apego ao filho. Ele sempre teve o cuidado de ensinar e dar tarefas que seu filho conseguisse cumprir, de modo que nunca ficasse sobrecarregado. Dessa forma, só o permitiu que ele aprendesse latim após ter 12 anos, pois acreditava que deveria haver certa maturidade para aprender uma nova língua. Mesmo assim, lhe primeiro as regras e suas exceções para então ensinar a língua em si; acreditando ser necessário compreender a língua antes de falá-la.

   A curiosidade de Pascal pela natureza e geometria o levou, aos 11 anos, a escrever um pequeno tratado sobre suas experiências com o som.  Esse interesse surgiu naturalmente, visto que seu pai era matemático e, consequentemente, tinha diversos livros sobre o tema. Entre esses, seu pai lhe mostrou alguns com figuras de geometria que se tornaram a diversão de Pascal. Trabalhando com essas figuras, ele encontrou sozinho as 32 proposições de Euclides. Em seguida, seu pai lhe presenteou com um livro de Euclides, o que o levou, aos 16 anos, a escrever o “Tratado sobre Cônicas”.

   No entanto, Blaise Pascal não se contentou somente com a física e a matemática; ele também dedicou parte de seu tempo à filosofia, apresentando diversos argumentos e reflexões sobre o valor do ser e sobre a religião. Esses pensamentos são abordados na segunda parte do livro, onde são apresentados da forma que foram escritos em seus manuscritos – sua irmã, Mme Périer, teve o cuidado de alterá-los o mínimo possível, preservando as ideias de seu irmão.

   Em sua maioria, esses pensamentos foram desenvolvidos a partir do movimento intelectual conhecido como “Jansenismo”; cujas origens remontam a correntes filosóficas que unem a ciência e religião, sendo seguidas e apoiadas até pelo Papa. Para Pascal, não é possível comprovar a existência de Deus através da razão; no entanto, podemos encontrá-lo. Esse argumento é desenvolvido com base nos valores que se adquire ao seguir sua vertente da religião Cristã.

   No final, o livro resume-se a pensamentos que interligam a crença com o ser e sua relação com a sociedade vigente, retratando fases do movimento que era apoiado pelo Papa. O mesmo veio a deixar o movimento, levando-o a uma nova perspectiva. Com o fim da militância, Pascal passou a ser reconhecido como um filósofo paradoxal, “em que a verdade é sempre a reunião dos contrários e que o homem é um ser paradoxal, sendo grande e pequeno ao mesmo tempo”. Assim, não é preciso ler este livro por completo para entender sua ideia, mas à medida que avançamos a cada argumento temos a sensação de que a obra se torna ainda mais interessanto.

Autor da resenha: Maycol Szpunar.

Correções: Gabriel Vinicius Mufatto.

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