Vacina fora do senso comum

Vacina fora do senso comum


   Neste ano, 2019, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza conseguiu atingir a meta prevista de 90% de cobertura do público-alvo, em geral. No entanto, alguns grupos classificados como mais vulneráveis não conseguiram atingir essa meta, entre eles, crianças (82,8%) e gestantes (81,8%). Isso significa que mais de 2,6 milhões de crianças e 3,8 milhões de gestantes deixaram de se vacinar. 

   Essa diminuição na procura dos postos de vacinação vem ocorrendo desde 2015, e está relacionada a vários motivos, como a dificuldade de acesso aos postos, ou até motivos religiosos. No entanto, há um motivo em específico que preocupa as organizações ligadas a área da saúde, que é o crescimento de movimentos anti vacinação, e que ameaça reverter o progresso feito nessa área. 

   Esse tipo de movimento ganhou visibilidade na internet, principalmente, por plataformas de vídeo como o YouTube. Seus adeptos defendem a ideia de que as vacinas são uma forma de propagar doenças, como cânceres por exemplo. A propagação dessas doenças, por sua vez, possuem o objetivo de diminuir a população mundial por parte de governos e instituições.

   Os principais argumentos que fundamentam e fortalecem essa ideia, são coisas como: “eu não vacinei meu filho e ele não ficou doente, ou seja, as vacinas são inúteis!”. Ou ainda, “por que me vacinar contra, por exemplo, poliomielite, se não há casos, no Brasil, há mais de 20 anos?”.

   Se questionamentos como esses foram analisados ceticamente, não é muito difícil refutá-los. Por exemplo, as metas de vacinação de 90% a 95%, fazem com que a maioria das pessoas estejam imunes a uma determinada doença. Logo, por mais que uma pessoa não se vacine, ela estará em contato com muitas pessoas vacinadas e, portanto, terá poucas chances de contrair a doença (esse fenômeno é conhecido com “imunidade de rebanho”). Ao mesmo tempo, caso a pessoa contraia a doença, ela não encontrará com muita facilidade pessoas que não estão vacinadas, o que dificulta a propagação da enfermidade.  

   Já o fato das doenças como a poliomielite, que pode levar à paralisia de membros inferiores nos casos mais graves, terem sido eliminadas em nosso país, os agentes infecciosos que as causam, continuam a circular em algumas partes do mundo e, com um mundo totalmente interligado, não é impossível que doenças eliminadas em uma região, voltem a aparecer. Como é o caso do Sarampo, que voltou a se manifestar em países da europa desde 2005.

   A vacinação é uma questão de saúde pública, e arrisco dizer, à nível mundial. Logo, ao deixar de se vacinar ou de vacinar seus filhos, as pessoas colocam em riscos todos a sua volta, sem contar o investimento de tempo e dinheiro que foi investido no combate a essas doenças.

Autor do texto: Felipe Leria Stefenon.

Referências:

[1] BRASIL. Camila Bogaz. Ministério da Saúde. Campanha nacional contra a gripe bate meta de 90% de cobertura. 2019. Disponível em: <http://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/45543-campanha-nacional-contra-a-gripe-atinge-90-de-cobertura>. Acesso em: 24 set. 2019.

[2] ITALO WOLFF. Teorias da conspiração se espalham e país não atinge meta de vacinação. Jornal Opção. Disponível em: <https://www.jornalopcao.com.br/reportagens/teoria-da-conspiracao-anti-vacina-197785/>. Acesso em: 24 set. 2019.

[3] GRAGNANI, Juliana. Rede antivacina no Brasil importa teorias da conspiração dos EUA e cresce com sistema de recomendação do YouTube. 2019. G1. Disponível em: <https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/06/20/rede-antivacina-no-brasil-importa-teorias-da-conspiracao-dos-eua-e-cresce-com-sistema-de-recomendacao-do-youtube.ghtml>. Acesso em: 24 set. 2019.

[4] BRASIL. Desconhecido. Ministério da Saúde. Poliomielite: causas, sintomas, diagnóstico e vacinação. Disponível em: <http://saude.gov.br/saude-de-a-z/poliomielite>. Acesso em: 24 set. 2019.

– Fonte da imagem de destaque: ORLANDO, Dicas da Disney e. Vacinas e certificado de vacinação para Orlando. Disponível em: <https://dicasdadisneyeorlando.com.br/planejamento/vacinas-e-certificado-de-vacinacao-para-orlando/>. Acesso em: 24 set. 2019.

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