Surgimento e aplicação do método Braile
O método de leitura para cegos, denominado Braile, foi criado pelo francês Louis Braille, que, pouco depois de completar 3 anos, perdeu a visão devido a um instrumento usado para perfurar o couro, usado por seu pai na confecção de selas e arreios, que acabou atingindo seu olho esquerdo, gerando uma infecção que afetou também seu olho direito, deixando-o completamente cego. A deficiência visual não o impediu de seguir em frente, frequentando a escola e se tornando destaque, chegando a ganhar uma bolsa no Instituto Nacional para Jovens Cegos em Paris. Por volta de 1820, Barbier de La Serre, oficial do exército francês, desenvolveu um método que tinha como finalidade enviar mensagens cifradas, que podiam ser decifradas até mesmo no escuro pelos sentinelas em postos avançados. Conhecido por “escrita noturna”, o sistema era composto por códigos de pontos e traços em relevo impressos também em papelão. A não aceitação do método levou Barbier a adaptar este para a leitura de cegos, com o nome “grafia sonora”, passando a ser fonético, registrando o som, não as letras, necessitando de muitos sinais para uma única palavra, deixando o sistema muito complicado. Baseando-se no método de Barbier, Louis Braille passou a aperfeiçoar as limitações existentes, eliminando traços para evitar os erros de leitura e, em seguida, criou células de seis pontos, divididas em duas colunas de três pontos cada, podendo ser combinadas de 63 maneiras diferentes. As letras de “a” a “j” são formadas com pontos 1, 2, 4 e 5, precedidas de um sinal especifico para indicar algarismos e os pontos adquirem valores numéricos de 1 a 10. As letras de “k” a “t” resultam da adição do ponto 3 aos sinais das dez primeiras letras. Quando o ponto 3 e 6 são adicionados simultaneamente às cinco primeiras letras surgem com símbolos das letras “u”, “v”, “x”, “y” ,”z”. O “w” é representado pelos pontos 2, 4, 5 e 6. Com as combinações restantes de acordo com o idioma surgem os acentos e pontuações, como mostra a imagem a seguir:
Normalmente, a mão direita é usada para a percepção dos relevos nos sinais, enquanto a esquerda busca a orientação de mudanças de linhas. Existem três graus de dificuldade na leitura do Braile: o grau um é a leitura simples, composta de letra por letra, o segundo é um pouco mais complexo, composta de abreviações empregando conjunções, preposições e pronomes comumente usados, como “mas”, “de”, “você” e “por que” e o terceiro grau também é composto por abreviaturas, que, nesse caso, são usadas para maior rapidez para a leitura, por isso demandam o melhor desenvolvimento do tato e memória. Texto por: Luciano Cardoso Dias. Referências: Revista Superinteressante. A História do método Braile. Disponível em: <https://super.abril.com.br/historia/a-historia-do-metodo-braile/>; Acessado em: 25 de Outubro de 2017.