Os Efeitos Negativos da Radiação Ionizante no Corpo Humano
O uso da radiação ionizante como fonte de energia e tratamento médico revolucionou a ciência de uma maneira imensurável, proporcionando uma melhor qualidade de vida para os seres humanos. No entanto, acidentes acontecem e podem causar danos irreversíveis para aqueles afetados e é por conta disso que acidentes nucleares como o de Chernobyl, Fukushima e Goiânia são tão famosos. A radiação ionizante pode alterar o número de cargas de um átomo, e, consequentemente, a maneira que esse átomo irá interagir com os outros [1]. Quando um ser humano recebe uma dose acima dos limites recomendados pela Agência Internacional de Energia Atômica, os efeitos que essa radiação pode provocar em seu corpo podem ser prejudiciais a sua saúde. Uma pessoa qualquer, por exemplo, recebe uma dose efetiva anual de radiação equivalente a 1 mSv (milésimos de Sievert, unidade que mede os efeitos biológicos da radiação). Em uma situação em que um indivíduo recebe uma dose de cerca de 100 mSv, que é relativamente “baixa” em termos de um acidente nuclear, o mesmo tem uma grande chance de desenvolver algum tipo de câncer (leucemia, mama, pulmonar, etc.) e foi o que ocorreu com as pessoas que estavam próximas a região de Hiroshima, quando a cidade foi atacada com uma bomba nuclear no ano de 1945. [2]. As chances de uma pessoa ir a óbito em cerca de um mês por conta da radiação, são altas caso a mesma tenha sido exposta a uma dose entre 5 a 8 Sv em um curto período de tempo, pois essa quantidade é considerada letal para o ser humano, podendo causar inflamação aguda nos pulmões e perda da função da medula óssea [3]. Além disso, esse tipo de exposição pode ocasionar queimaduras por todo o corpo, tumores e nódulos na tireoide, as mucosas dos aparelhos digestivos podem ser completamente eliminadas e também pode causar infertilidade permanente [4]. Entretanto, todos esses efeitos dependem das variáveis tempo, distância e blindagem. Dessa forma, a dose absorvida por uma pessoa é diretamente proporcional ao tempo em que ela permanece exposta à radiação, e, no caso da distância, para as fontes radioativas normalmente usadas nas indústrias (fontes “pontuais”), considera-se que a dose de radiação é inversamente proporcional ao quadrado da distância. Dito isso, a blindagem fornece uma maior segurança, pois não depende de um controle administrativo por parte dos trabalhadores [5]. Em suma, os efeitos que a radiação ionizante pode causar ao ser humano são devastadores e ao mesmo tempo benéficos. Atualmente, o risco de um acidente nuclear ocorrer é bem menor, tendo em vista que o conhecimento a respeito do assunto se tornou mais amplo, possibilitando uma visão positiva sobre a energia nuclear e os tratamentos de saúde que utilizam a radiação com sua principal ferramenta para salvar vidas. Autora: Rafaela Choqueti Camargo de Meira Referências: [1] PIRES, Marco. Os efeitos da radioatividade no corpo humano. Disponível em: https://veja.abril.com.br/saude/os-efeitos-da-radioatividade-no-corpo-humano/. Acesso em: 01/06/2021. [2] AFP. Efeitos da radiação variam de acordo com a quantidade e com os órgãos atingidos. Disponível em: https://www.uol.com.br/tilt/ultimas-noticias/redacao/2011/03/15/efeitos-da-radiacao-variam-de-acordo-com-a-quantidade-e-com-os-orgaos-atingidos.htm. Acesso em: 04/06/2021. [3] CONNOR, Nick. O que é a dose letal de radiação – Definição. Disponível em: ion-dosimetry.org/pt-br/o-que-e-dose-letal-de-radiacao-definicao/. Acesso em: 07/06/2021. [4] BIERNATH, André. Quais são os efeitos da radiação no corpo? Disponível em: https://saude.abril.com.br/medicina/efeitos-radiacao-corpo/. Acesso em: 07/06/2021. [5] CARDOSO, Eliezer. Programa de Integração CNEN: Módulo informação técnica. Disponível em: http://antigo.cnen.gov.br/images/cnen/documentos/educativo/programa-de-informacao-cnen.pdf. Acesso em: 07/06/2021.