André-Marie Ampère (1775-1836)

André-Marie Ampère (1775-1836)


   Richard Hamming citou uma vez: A verdadeira grandeza é quando seu nome é como ampere, watt e fourier – quando é escrito com uma letra minúscula. Essa citação refere-se a ampere (A) ser utilizado como uma medida do Sistema Internacional de Unidades, o que nos mostra que André-Marie Ampère realmente foi um homem essencial para a história da ciência e do conhecimento [1].

   André-Marie nasceu em Poley Mieux, no dia 20 de janeiro de 1775, na França iluminista. Filho de um homem de negócios chamado Jean-Jacques Ampère e Jeanne Antoinette Desutieres-Sarcey Ampère, passou a infância e adolescência na propriedade da família, próximo à Lyon [1, 2].

   Seu pai era adepto à filosofia de Jean Rousseau, afirmando que a educação deveria acontecer diretamente na natureza em vez de formalmente na escola. Essa foi a base para a educação do pequeno André, por meio da grande biblioteca de seu pai, estudando matemática avançada aos 12 anos. Além disso, André também era curioso sobre outros temas, como Filosofia, Ciências Naturais, História e poesia [1].

   O final do século XVIII, com a Revolução Francesa em 1789, mudou a vida do jovem rapaz. Seu pai foi convocado para ser um Juiz de Paz em uma pequena cidade próxima a Lyon e acabou sendo guilhotinado em 1793 pela facção jacobina por resistir às novas marés políticas. Em 1799, aos 24 anos, André conseguiu seu primeiro emprego como professor de Matemática, o que permitiu casar-se com Julie Carron [1,2].

   Com a chegada do século XIX e as Guerras Napoleônicas (1803 – 1815), ele envolveu-se com diversas outras atividades de ciência e tecnologia. Após a morte de sua esposa em 1803, mudou-se para Paris, onde continuou lecionando Matemática na École Polytechnique e ministrando aulas de Astronomia e Filosofia na Universidade de Paris, nos anos seguintes [1, 2].

   Em 1820, a partir das experiências realizadas pelo cientista Hans Christian Oersted sobre os efeitos que ocorriam em uma agulha magnética quando aproximado de um fio com uma corrente elétrica, André começou uma nova investigação que mudaria o rumo de sua história. Com base em experimentos, realizou a generalização matemática, criando leis físicas para os efeitos observados. A mais importante ficou conhecida como “Lei de Ampère”, em que se pode calcular o campo magnético em uma haste condutora retilínea com uma corrente elétrica [1-4].

   Encontra-se na literatura, principalmente em livros didáticos, essa equação na forma diferencial ou integral, sendo creditada a ele. Porém, segundo um estudo2 publicado na Revista Brasileira de Ensino de Física, existem divergências quanto a isso, de que, na realidade, tais equações teriam sido desenvolvidas por James Clerk Maxwell. O mesmo estudo aborda sobre a questão de que, aparentemente, Ampère teria levado adiante os experimentos de Biot-Savart, segundo alguns livros didáticos. Entretanto, a publicação do artigo de Ampère sobre o estudo de dois fios paralelos submetidos a correntes elétricas e suas características de atração ou repulsão, de acordo com o sentido das correntes, ocorreu no dia 20 de outubro de 1820. Essa publicação ocorreu apenas 10 dias antes de Biot-Savart anunciar seus resultados, o que torna incorreta tal afirmação, segundo o artigo [5].

   Seus estudos possibilitaram o desenvolvimento de diversos equipamentos utilizados na sociedade moderna. Ele também foi o criador do primeiro telégrafo elétrico, de um equipamento capaz de medir corrente elétrica e diferenças de potencial, chamado de galvanômetro [3, 6].

   Andrè morreu em Marselha, na França, no dia 10 de junho de 1836, sendo enterrado no Cimetiere de Montmartre, Paris. Em sua homenagem, em 1881, em uma convenção internacional, estabeleceu ampere como uma medida de unidade para a corrente elétrica, juntamente a outras medidas elétricas, como volt, ohm, watt e coulomb. Pelas suas explorações científicas, também conquistou a inscrição de seu nome entre os 72 cientistas contribuintes na construção da Torre Eiffel [1,3].

Autor: Rafael Welter.

Referências:

1http://www.ampere.cnrs.fr/parcourspedagogique/zoom/courant/electrodynamique/index-en.php

[1] AUTOR DESCONHECIDO. Famous Scientists and their Inventions – Andre-Marie Ampere. Cool components Disponível em: https://coolcomponents.co.uk/blogs/news/famous-scientists-and-their-inventions-andre-marie-ampere. Acesso em: 10 de Maio de 2021.

[2] BRAZ, André B.; INÁCIO, Bruno. André-Marie Ampère. Instituto de Física de São Paulo. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3012993/mod_resource/content/1/painel%20Ampere%20%28Andre%20B%20Braz%20e%20Bruno%20Inacio%29.pdf. Acesso em: 05 de Maio de 2021.

[3] AUTOR DESCONHECIDO. André-Marie Ampère. Só Física. Disponível em: https://www.sofisica.com.br/conteudos/Biografias/ampere.php. Acesso em: 10 de Maio de 2021.

[4] MARQUES, Domiciano. Lei de Ampère. Mundo Educação. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/lei-ampere.htm. Acesso em 10 de Maio de 2021.

2[5] CHAIB, J.P.M.C.; ASSIS, A.K.T.. Distorção da obra eletromagnética de Ampère nos livros didáticos. Rev. Bras. Ensino Fís. São Paulo ,  v. 29, n. 1, p. 65-70,    2007 .   Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-11172007000100012&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 10 de Maio de 2021

 [6] MARQUES, Domiciano. Galvanômetro. Mundo educação. Disponível em:

 https://brasilescola.uol.com.br/fisica/galvanometro.htm. Acesso em: 10 de Maio de 2021.

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