A Física nos Tsunamis

A Física nos Tsunamis

   O alarme soou há décadas, e os sinais são cada vez mais evidentes: o fim do mundo está próximo. Tão próximo que seus efeitos são discerníveis em nosso Planeta em decorrência das mudanças climáticas. O aquecimento global se alastrou de forma descontrolada, e a culpa por trás dessa crise é indiscutivelmente atribuída à ação humana sobre a natureza [1].

   Desde a Revolução Industrial (metade do século XVIII), a emissão de gases poluentes na atmosfera tem aumentado significativamente. Como resultado, testemunhamos ondas de calor sem precedentes. Onde antes havia água em abundância, agora presenciamos terríveis secas. Sem contar na poluição dos rios, nas atividades sísmicas e no derretimento das calotas polares. Como consequência desses agentes, o nível do mar aumenta, elevando, dessa forma, a probabilidade de ocorrências de inundações e de poderosos tsunamis que podem arrasar cidades, deixando-as totalmente ou parcialmente submersas em água [1].

   Em decorrência das mudanças climáticas, é cada vez mais comum nos depararmos com notícias trágicas como a da quarta-feira do dia 03 de abril de 2024, onde a CNN Brasil reportou que um terremoto de 7,4 graus na escala Richter atingiu a região Sul da cidade de Taiwan, no Japão [2]. Tal circunstância gerou um alerta de tsunami na região. Isso porque, quando terremotos acontecem em regiões oceânicas, geram-se grandes ondas, nomeadas como maremoto (ou, pela palavra tsunami, de origem japonesa). Sabe-se que quase todos os tsunamis têm sua origem em zonas de subducção, ou seja, em imensas fossas no fundo do mar, onde as placas tectônicas se encontram e se movem constantemente. Quando ocorre um terremoto submarino, essas placas sofrem um deslocamento abrupto, resultando em uma rápida transferência de energia para a coluna d’água acima. Esse deslocamento vertical pode criar uma onda inicial, chamada “onda sísmica”, que se propaga pelo oceano em todas as direções [2,3].

   A propagação da onda de tsunami é caracterizada por uma velocidade impressionante, muitas vezes excedendo 800 km/h em águas profundas. Apesar da alta velocidade, a altura da onda pode ser relativamente pequena em mar aberto, o que mascara a verdadeira ameaça que ela representa [2,3].

   Os tsunamis em alto-mar possuem entre 10 a 500 km de comprimento de onda (distância entre duas cristas consecutivas). Esta característica torna os tsunamis muito diferentes das outras ondas, mesmo daquelas que podem ser observadas durante as tempestades, as mais comuns destas apresentam alturas em torno de 13,5 metros, sendo 33 metros a mais alta onda registrada em alto mar. A amplitude de um tsunami em alto-mar é pequena; mesmo assim transporta grande quantidade de energia devido ao seu grande comprimento de onda [3].

   Dessa forma, à medida que a onda se aproxima da costa a profundidade da água diminui, e consequentemente a velocidade de propagação e o seu comprimento de onda se reduz. Nesse contexto, a onda se propaga lentamente, concentrando toda sua energia, designando um aumento dramático em sua amplitude. O resultado é uma parede de água imponente, capaz de varrer tudo em seu caminho e causar danos irreparáveis em edifícios, casas, pontes e outras estruturas próximas à costa que podem ser destruídos ou gravemente danificados pelo impacto direto da onda. Bem como, podem ocorrer  perdas de vidas geralmente por afogamentos  e destroços [3,4].

   Diante de tal ameaça, somos confrontados com a urgência de agir, de abandonar a complacência e a indiferença que nos afastam da realidade dessas catástrofes [4]. Este é um chamado para despertar, para reconhecer nossa responsabilidade como cuidadores deste Planeta. O destino da Terra e de todos os seres vivos que habitam nele está em nossas mãos. O tempo está se esgotando. O que faremos com ele?

Autora: Cassandra Trentin.

Referências:

[1] SILVEIRA, F.L; VARRIALE, M.C. Propagação das ondas marítimas e dos tsunamis. Caderno Brasileiro de Física, v.22:p.190-215,2005.

[2]Terremoto de magnitude 7,4 atinge Taiwan e deixa 9 mortos. CNN Brasil,2024.Disponível em:https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/forte-terremoto-de-74-atinge-taiwan-e-alerta-de-tsunami-e-disparado-no-japao/. Acesso em: 07 jun.2024.

[3] SANTOS, M.L. Tsunami: Que onda é essa?.Física na Escola, v.6:p.8-11,n.2, 2005.

[4] RODRIGUES, M.M.N. A Radiação no interior da Terra e sua influência em terremotos, maremotos e erupções vulcânicas. Rio de Janeiro, dez.2007.

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