Materiais desenvolvidos na Unicentro são usados para combater o assédio no Carnaval

Materiais desenvolvidos na Unicentro são usados para combater o assédio no Carnaval

Durante o carnaval sempre aumenta a preocupação das mulheres com o assédio. Mas a folia desse ano foi diferente porque, pela primeira vez, elas puderam contar com a Lei de Importunação Sexual. Para alertar as mulheres e também os homens sobre o que é caracterizado como assédio, o projeto de extensão da Unicentro Florescer e a Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres distribuíram o “assediômetro” em bares, lanchonetes e casas noturnas da cidade.Segundo a coordenadora do Florescer, professora Ariane Pereira, do Departamento de Comunicação,  o assediômetro foi desenvolvido ainda em 2017 e desde o ano passado tem sido usado no período de carnaval.

O assediômetro é um cartaz que explica com uma linguagem fácil os níveis do assédio. Para a secretária municipal de Políticas Públicas para Mulheres, Priscila Schran de Lima, “o assediômetro veio para trazer orientações em relação ao que é assédio – ou seja, até que ponto a gente enquanto mulher se sente invadida, se sente ofendida e quando inicia um crime”.

Bolsistas do projeto visitaram casas noturnas, lanchonetes e bares antes do início do carnaval (Foto: Florescer)

Boa parte dos proprietários dos estabelecimentos aceitaram bem a campanha, destacando a relevância da iniciativa. “Essa campanha é importante não só nessa época do ano, de Carnaval, folia, mas o ano inteiro. A gente vê hoje a taxa de assédio, de feminicídio crescendo entre a população. E os homens em si estão achando cada vez mais normal desprezar a mulher”, avalia Rodrigo Wainer Zambon, gerente de um dos estabelecimentos visitados. Já Solange Pedroso, dona de outro estabelecimento visitado, acredita que o assediômetro é educativo. “As pessoas se conscientizam da forma que podem se aproximar das outras, principalmente os homens das mulheres”.

Os cartazes visam mostrar a importância da denúncia e como a vítima pode procurar por ajuda, como explica a jornalista Walquiria de Lima, bolsista do projeto Florescer.“Só com a denúncia esse tipo de conduta vai ser reduzido. Por isso, a importância desse tipo de ação, para que as mulheres percebam que não estão sozinhas, que elas podem e devem denunciar”, defende.

Assim como em 2018, assediômetro foi afixado em locais de fluxo de pessoas nos bares e lanchonetes (Foto: Florescer)

A professora Ariane salienta que a Lei 13.718 é importante para entendermos que o assédio não são apenas atos físicos, que suas várias manifestações devem ser punidas, preservando o direito da mulher ir e vir sem ser violentada.“Temos tido diversos casos no Brasil de assédio. Um exemplo são os homens que ejacularam em mulheres dentro de transportes públicos e não eram punidos porque isso não estava caracterizado como violência sexual, como assédio. Essa Lei vem para reforçar outras leis que são políticas públicas de combate a violência contra a mulher que já estão em funcionamento, como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio”, afirma.

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