Curso de produção de cogumelos e derivados promove o empreendedorismo feminino

Curso de produção de cogumelos e derivados promove o empreendedorismo feminino

Summary

Ao longo das quatro turmas, o curso já formou empreendedores que encontraram no segmento dos cogumelos uma oportunidade de negócio promissora e sustentável.

Capacitar mulheres interessadas em explorar o potencial econômico dos cogumelos e incentivar a participação feminina no campo empreendedor. Essas são algumas das metas do curso de extensão “Produção de cogumelos e produtos derivados como ferramenta para promoção ao empreendedorismo feminino”. Integrante do programa Mulheres Paranaenses, o projeto é financiado pela Fundação Araucária e formou a sua quarta turma na última quarta-feira (26). “O objetivo do curso é dar subsídio para que mais pessoas comecem a produzir cogumelos aqui na nossa região. Cogumelos precisam de bastante cuidados e conhecimentos específicos e o objetivo é possibilitar uma nova fonte de renda na propriedade”, explica a professora do Departamento de Engenharia de Alimentos da Unicentro, Herta Stutz.

Durante o curso, os alunos receberam uma formação abrangente e prática sobre o cultivo, colheita e processamento de cogumelos, assim como aprenderam técnicas de produção de diversos produtos derivados e receitas. “Aqui o que a gente faz é ensinar a produzir o shimeji e depois a gente ensina eles a fazer a produção de sementes. Fazemos toda parte de boas práticas de fabricação, a colheita, tudo que é necessário para fazer a rotulagem, tanto do cogumelos desidratados, mas também produtos à base de cogumelos, para que eles possam ter a possibilidade de agregar valor ao produto e ter outras coisas para venderem também”, afirma Herta.

Egressa do curso de Engenharia de Alimentos, Joseane Martins de Oliveira trabalha com produção de cogumelos na Unicentro desde 2016. No projeto, ela é a responsável por manter o plantio e organizar os materiais necessários para a promoção do curso. Ela conta que essa experiência aprimorou a sua formação acadêmica e pessoal. “Na formação acadêmica, foi legal ter um vínculo com o laboratório porque a gente acaba aprendendo muita coisa na parte de pesquisa, tanto que eu hoje pretendo seguir a área de pesquisa e não da indústria. Tudo que eu aprendi no curso, toda essa parte de alimentos, eu consigo repassar um pouco para eles e eu acabo aprendendo um pouco mais para o futuro”, disse Joseane.

Os alunos receberam uma formação sobre o cultivo, colheita e processamento de cogumelos, técnicas de produção e receitas.

O curso conta com formação sobre o cultivo, colheita e processamento de cogumelos, técnicas de produção e receitas. (Foto: Coorc)

As participantes tiveram a oportunidade de vivenciar todo o processo, desde a preparação do substrato para o plantio das sementes, até a colheita e embalagem dos produtos finais. Elza Marques Sinhorin, de 53 anos, tem um sítio onde produz leite. Ela conta que até então não conhecia nada sobre cogumelos. “Eu recebi um convite para fazer esse curso, para estar aumentando a renda para a família. A princípio, eu estou bem satisfeita. Na primeira etapa que a gente fez, os meus [cogumelos] foram os que desenvolveram antes dos outros, até fiquei feliz. Ontem ainda fiz uma farofa em casa, com uma receita que eles mandaram. Hoje foi a segunda etapa com as receitas. Na prática, você vê que pode fazer muitos pratos e fica muito saboroso também”, disse Elza, que revelou estar conversando com os colegas para fazer                                                                                                                              uma parceria entre as famílias e ter uma renda bem melhor.

O curso tem se destacado por promover um ambiente de apoio mútuo entre participantes, encorajando a troca de ideias e a formação de parcerias. “Até agora a gente já verificou que têm alguns integrantes de equipes, especialmente do Candói, eles estão se organizando e pensando em fazer uma produção de várias pessoas e eles já tem inclusive uma pessoa que quer comprar a produção. Tem mercado, precisa ir construindo esse mercado. Hoje existe mais mercado do que tem produção”, relata a professora Herta.

Ao longo das quatro turmas, dezenas de empreendedores encontraram no segmento dos cogumelos uma oportunidade de negócio promissora e sustentável. A professora ainda salienta que, apesar de ser um projeto para mulheres, todos os públicos podem se inscrever. “Todos, produtores rurais, alunos, toda a comunidade do Cedeteg, de outras universidades ou pessoas que estejam interessadas em produzir cogumelo, não necessariamente somente produtor rural. Ela é aberta a todo público, com preferência para mulheres, porque a chamada do projeto é para mulheres”, complementa Herta.

As inscrições para uma nova turma estão abertas. Basta entrar em contato pelo telefone (46) 99905-1076 (telefone e WhatsApp).

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