Pesquisa da Unicentro busca mapear integrantes de grupos de risco para covid-19

Pesquisa da Unicentro busca mapear integrantes de grupos de risco para covid-19

O projeto “Conexão Geográfica: Educação além da Covid-19” está sendo desenvolvido nesse período de suspensão das atividades presenciais da Unicentro por conta do coronavírus. O objetivo é provocar reflexões que levem a construção de ações colaborativas sobre os processos educativos no contexto da pandemia de covid-19.  O projeto é uma iniciativa do grupo de pesquisa e extensão Educação Geográfica e Cartografia para Escolares, o Educartgeo, do Departamento de Geografia, e conta com três linhas de ação. Uma delas é coordenada pelo professor Paulo Nobukuni e propõe o mapeamento de professoras e professores vulneráveis ao novo coronavírus.

Buscando contribuir para que ocorra a melhoraria da situação atual frente à covid-19, bem como após a mesma, assim como para auxiliar no enfrentamento de futuras pandemias semelhantes que possam ocorrer, propôs-se produzir o mapeamento digital e remoto. O mapeamento ocorre em parceria com o Laboratório de Geografia, Planejamento e Gestão Territorial e com o Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres, ambos da Universidade Estadual do Centro-Oeste”, discorre o professor Paulo.

De acordo com ele, o trabalho já iniciou e o mapeamento deverá abranger professores do ensino básico e o corpo docente dos campi de Guarapuava da Unicentro. “Já ocorreu a projeção do mapeamento, que será todo por aparato gratuito de informática, envolvendo a integração dos aplicativos da Google, da biblioteca de mapa Folium, do projeto Jupyter e da plataforma de programação Python. Utilizando o aparato referido, inicialmente será preparada enquete eletrônica, a ser enviada por e-mail aos educadores e educadoras. Como as respostas retornam automaticamente a quem coordena o trabalho, em um segundo momento, delas se extrairão os dados, também de modo automático”.

O professor ainda explica que esses dados formarão um banco que conterá, além de outras informações, o endereço e os motivos que colocam o indivíduo como integrante de grupo de risco. “Em um terceiro momento, ocorrerá a transformação dos endereços convencionais, o logradouro, número, bairro, CEP, município, unidade da federação e país em coordenadas geográficas – latitude e longitude – por processo automático denominado de geocodificação. Finalmente, com a importação automática do banco de dados a um aparato de mapeamento digital, efetuado também automaticamente, conseguir-se-á espacializar o tema analisado”, detalha Paulo. 

Em um primeiro momento serão mapeados os locais em que existem educadoras e educadores com grau de fragilidade à doença e, também, onde estão os recursos médico-hospitalares mais próximos a essas pessoas. A partir dessa relação, explica o professor Paulo, será possível saber a distância e a melhor rota entre o local em que está a pessoa pertencente ao grupo de risco e o recurso médico-hospitalar mais próximo. Também será possível saber qual é o grau de vulnerabilidade desse indivíduo, tendo em vista que o paciente pode ter mais de uma das comorbidades de risco. “Após, estará se preparando um mapa final, do tipo daquele denominado de calor ou de densidade de Kernel, onde é possível identificar somente as manchas onde há mais casos, para não expor as residências e seus moradores”.

Para o professor, apesar desse trabalho demandar cuidados quanto à ética na pesquisa e com o manuseio das informações, é importante que seja produzido, já que pode se tornar uma boa ferramenta no combate à covid-19. Para ele, além do mapeamento em Guarapuava, que é um projeto piloto, ainda existe a possibilidade de estender o trabalho para outros grupos e locais, podendo chegar às escalas estadual e nacional. Ele destaca que o trabalho, por utilizar as tecnologias de informação e comunicação em todos os processos, também pode ser uma fonte de experiência para os professores.  

Um dos motivos que leva a que o mapeamento tenha importância, é que a espacialização oferecida por um mapa, facilita a visualização de onde estão as pessoas pertencentes ao grupo que poderá ter maiores problemas caso sejam contaminadas, assim como os lugares de sua concentração, oferecendo formas de atuar para minimizar os danos causados pela doença, como é o caso de o poder público oferecer auxílio e, em situações extremas, efetuar pulverizações e isolar ruas.  Ainda no mapa, como é possível ter dados quantitativos, de distância, a melhor rota dos locais com educadores e educadoras em risco e o aparato médico-hospitalar, também pode auxiliar tais profissionais a acessarem essas localidades. Como todo o processo, que vai da enquete ao mapeamento, é efetuado de modo remoto e com aparato gratuito de informática, facilita que o corpo docente utilize o mesmo, para enriquecer suas aulas”, finaliza o professor Paulo.

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