Negacionismo da História é tema de aula inaugural no campus de Irati

Negacionismo da História é tema de aula inaugural no campus de Irati

Os estudantes de História do Campus Irati da Unicentro iniciaram o ano letivo com um incentivo: pensar criticamente sobre a área. Isso porque o Programa de Pós-Graduação em História organizou uma aula inaugural, que abordou a relação da sociedade com essa área do conhecimento na atualidade.
“Todas essas experiências acabam sendo muito positivas para a gente, porque elas trazendo experiências de outras universidades para a gente. Isso também enriquece o nosso próprio trabalho. Acho que isso é um diferencial no Mestrado em História, porque a gente recebe muitos convidados, o que enriquece muito o campo historiográfico e a pesquisa histórica dentro da universidade”, avalia a mestranda Jayne Witchemichen, que participou da palestra.

O convidado para ministrar a aula inaugural foi o pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Napolitano. Ele é especialista em História Social, em especial sobre o período do Brasil República, com ênfase no regime militar. Currículo que chamou a atenção da mestranda Jayne para participar da aula dele na Unicentro. “Toda a temática da História é muito válida, especialmente como mestranda. É um período de eu coletar experiências acerca dos temas da História. Então, por isso, que eu decidi participar”.

Aula reuniu estudantes da graduação e da pós-graduação (Foto: Coorc)

O tema da fala de Marcos Napolitano na Unicentro foi “Negacionismo histórico e os desafios para o campo histórico”. Diante dos constantes questionamentos que a História vem recebendo e que contestam a veracidade de alguns fatos do passado, o pesquisador enfatizou a importância de se compreender a metodologia dos historiadores para narrar uma história legítima.

Você tem, por sua vez, simplesmente mentiras sobre o passado e é isso que a gente tem que combater – a negação de processos factuais, o apagamento de atores do passado, as distorções de fatos históricos. Isso eu acho que tem que ser combatido. Isso não tem nada a ver com opinião, com análise, com interpretação. É muito saudável que se tenha interpretações diferentes sobre o mesmo fato. O que você não pode é negar certas essências do fato histórico, principalmente para ocultar responsabilidades políticas do passado”, defende Marcos.

Napolitano acredita que, neste cenário, o maior desafio está na prática docente dos educadores da área de História. “O maior desafio, hoje, é como dar uma aula de História valorizando a memória das pessoas, a opinião do aluno, mas, ao mesmo tempo, consolidando e afirmando a História como um campo do conhecimento científico, enfim, um conhecimento que é estruturado em métodos, não é qualquer coisa, não é opinião. Outro desafio é como se comunicar com o grande público, com os jovens. Hoje, por exemplo, os cursos de História estão tendo que discutir o uso das redes sociais. Então, as pessoas estão discutindo como levar um conteúdo de qualidade nessas redes”, finaliza o palestrante.

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