Culturas Urbanas e Direitos Humanos em pauta na V SIEPE

Culturas Urbanas e Direitos Humanos em pauta na V SIEPE

A V Siepe – a Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão da Unicentro – contou, em sua programação, com oficinas, palestras, mesas-redondas, apresentações de trabalhos desenvolvidos sobre os três pilares de sustentação do ensino superior – ou seja, o ensino, a pesquisa e a extensão – e, também, como grupos de discussão sobre temas específicos. Alguns deles ligados ao dia a dia da comunidade universitária – como os processos de internacionalização e de curricularização da extensão; e outros com temáticas derivadas da proposta central da Siepe desse ano, que era debater os direitos humanos.

Unicentro trouxe integrantes do movimento hip-hop para discutir as relações entre culturas urbanas e direitos humanos (Foto: Any Ossak)

Nesse sentido, a comunidade de Guarapuava, Irati e região também foi convidada a participar. E umas das atividades que mais teve adesão de quem não era da Universidade foi o Grupo de Trabalho Direitos urbanos, culturas urbanas e hip-hop. “É importante não só a discussão da cultura urbana, mas também trazer esse pessoal que faz a cultura urbana – que é o pessoal do rap, do grafite, da discotecagem, o pessoal do break dance. Eles trazem para nós um saber prévio, um saber não formal, para dialogar com o conhecimento cientifico. Eles trazem essa diversidade para a Universidade e podem, assim, mostrar os seus valores para a sociedade”, explica um dos coordenadores da atividade, Mano Hood.

O GT contou, ainda, com a participação de integrantes da Alarm, que é a Associação Londrinense de Arte de Rua Moderna. “Todo e qualquer evento que não é da área, especificamente, do hip-hop e abre as portas para o hip-hop, acho que as duas partes ganham – tanto o hip-hop por estar chegando em lugares que antigamente não chegava, como escolas, faculdades, universidades, cursos, televisão, enfim; quanto o outro lado também, que acaba aprendendo e descobrindo novas coisas, novas culturas, novas ideias, novos assuntos, ideologias que o hip-hop trás esse poder de resgate, de transformação”, defende o presidente da Alarm, WMC.

Discussões possibilitaram a troca entre os saberes formal e informal (Foto: Any Ossak)

A comunidade universitária aproveitou a oportunidade e buscar saber mais sobre as culturas urbanas. Caroline Tecchio é professora do Departamento de História da Unicentro. Para ela, debates relacionados a temas atuais, como o que relaciona direitos humanos e hip-hop, são fonte de inspiração, por exemplo, para o desenvolvimento de planos de aula. “É importante que a gente fique antenado com as discussões, porque através da música, através dos estilos musicais, é possível que a gente desenvolva, planos de aula, o ensino. Eu vim por isso, para ver qual que era a discussão relacionada aos direitos humanos e também a questão da cultura”.

Já Lucas Sidor é estudante de Jornalismo e, para ele, os debates são uma forma de estimular o respeito e promover mudanças sociais. “É importante trazer isso aos acadêmicos, trazer para dentro da Universidade, porque isso motiva e estimula a uma mudança tanto dentro como fora da Instituição”, explica.

Segundo Mano Hood, a cultura urbana é uma forma de cobrar e fazer valer os direitos humanos, principalmente o que diz respeito a livre expressão. “O direito à liberdade de expressão é assegurado pela constituição. Então, a cultura hip-hop faz isso, ela oportuniza, ela dá voz aos que não tem voz, as pessoas da periferia, as pessoas segregadas, construindo pessoas pensantes. Essa é a parte legal da cultura hip-hop”, finaliza.

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