Vencedor do Prêmio Jabuti, Renato Forin Jr. apresenta hoje (8) aula-espetáculo no Câmpus Irati
Nesta terça-feira (8), o Câmpus Irati da Unicentro recebe um misto de palestra, show e recital poético conduzido pelo escritor e professor Renato Forin Jr. A apresentação “Costuras poéticas pelo fio da voz” tem como base o seu livro-CD “Samba de uma noite de verão”, vencedor do Prêmio Jabuti em 2017, em um espetáculo que liga trechos dessa e de outras obras do autor a produções de escritores e compositores brasileiros, africanos e europeus de diferentes linhagens. A aula-espetáculo é gratuita e começa às 19h30, no Auditório Denise Stoklos.
O evento é promovido na Unicentro pelo Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes do Câmpus Irati (Sehla/I), com o apoio da Divisão de Promoção Cultural (Diproc/I) e da Divisão de Extensão (DIEX/I).
A apresentação que chega à Irati nesta noite faz parte de uma turnê que passa por dez cidades paranaenses, e que tem apoio exclusivo da Copel em projeto aprovado no Programa de Fomento e Incentivo à Cultura (PROFICE), da Secretaria de Estado da Cultura e Governo do Estado do Paraná. Além do Sehla/I, o evento de hoje tem o apoio cultural do Agon Teatro.
Forin Jr. conta que o projeto nasceu a partir dos convites para palestras que recebeu de escolas depois da premiação do livro. “Eu chegava na sala de aula e percebia uma ideia cristalizada no imaginário dos alunos sobre o perfil e a história de um autor. Gostava de contar minha trajetória, porque muitos se identificavam: não tive uma infância cercada de livros, o que não significa que estive apartado da poesia. Ela estava nas histórias orais e canções da minha família. A paixão pelo livro vem só depois, e ele esteve sempre a serviço da voz”, explica.
Na apresentação, Renato recorre aos primeiros contadores de história de que se tem registro – os griôs africanos e os rapsodos gregos –, e os atualiza por meio da potência oral do Brasil, herança da formação étnica. O nome “costuras poéticas” faz referência à etimologia de rapsodo, já que rhaptein, em grego, significa coser. Estes multiartistas ancestrais eram como “costureiros” que alinhavavam conhecidos textos-tecidos. É um exercício que Renato também pratica no espetáculo, ligando trechos de suas obras a produções de escritores e compositores brasileiros, africanos e europeus de diferentes linhagens.
“Costuras poéticas pelo fio da voz” é aberta a todo o público, especialmente a professores do ensino básico, educadores em geral, mediadores de leitura, bibliotecários e estudantes de Letras ou outras disciplinas artísticas. Um programa impresso foi preparado como material de apoio no contexto didático para estes espectadores.
“A expectativa é que possamos cerzir uma nova colcha de histórias e saberes em cada um desses locais. Apesar de passar por temas complexos, procuro fazer na aula um exercício íntimo, subjetivo, para que encontremos em nossa infância e na nossa ancestralidade o fio da meada de quem somos hoje, o fio da voz que continuamos fazendo vibrar no mundo”, destaca o escritor.
*com informações da assessoria de imprensa da apresentação